Na safra 2013/2014, o Brasil deverá colher 196 milhões de toneladas de grãos, um recorde histórico comparado às 186 milhões de toneladas na temporada anterior. A previsão foi divulgada pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, no dia 11 de fevereiro, em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, no evento de abertura da colheita, que contou com a participação da presidente da República, Dilma Rousseff.
Na opinião do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Gueller, que acompanhou o evento, a produção brasileira de grãos avançou principalmente em razão da competência do produtor, que aderiu às novas tecnologias, dos bons preços das commodities no mercado internacional e da organização do setor, além de uma política de crédito alinhada com as necessidades do produtor.
“O produtor contou com um bom aporte de crédito para investimento e custeio e investiu na mecanização e na agricultura de precisão, reduzindo o desperdício na lavoura e diminuindo o uso de fertilizantes”, destaca. Segundo Gueller, na safra 2013/2014, o governo anunciou recursos de R$ 136 bilhões para a agricultura, aumento de 48% em relação a 2012. “O setor absorveu R$ 91 bilhões entre 1º de julho e 30 de dezembro de 2013, ou seja, nos seis primeiros meses do ano-safra”, afirma.
Dentre as medidas anunciadas na abertura da colheita, ele destacou o reajuste do preço mínimo do algodão, fixado em R$ 54,90 a arroba, ante 44,60 reais por arroba, praticado desde 2003. “Depois de 10 anos de reivindicação, o cotonicultor conseguiu uma vitória, graças à sensibilidade da presidente”, salienta Gueller, acrescentando que o valor cobre os custos de produção e está muito próximo da necessidade do produtor.
Segundo o prefeito de Lucas do Rio Verde, Otaviano Pivetta, o ato simbólico de abertura da colheita representa o reconhecimento do governo central a uma região que até há pouco tempo não era considerada por Brasília. “Para a nossa alegria, a presidente Dilma veio in loco operar uma colheitadeira e ver com seus próprios olhos o milagre da produção agrícola, ou seja, o que está sustentando o superávit da balança comercial brasileira e que é capaz e pode fazer muito mais no futuro se o governo federal dotar de infraestrutura necessária”, comemora.
“A atitude da presidente foi inteligente e mostrou para o Brasil que o Mato Grosso pode ser um estado ainda mais importante do que é, e pode ajudar o país a sair dessa crise que ronda a economia há muito tempo”, acrescenta.
Entre os compromissos assumidos pela presidente Dilma em Rio Verde, Pivetta destaca a duplicação da BR 163, da viabilização da saída Norte até o Rio Tapajós e a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), a qual ligará Lucas de Rio Verde, MT, a Uruaçu, em Goiás. “Estas obras vão permitir que o Mato Grosso passe de 45/46 milhões de toneladas, produzidas hoje em condições logísticas precárias, para 90 milhões de toneladas dentro de 10 a 12 anos”, prevê o prefeito.
De acordo com Gueller, do Mapa, mais de 1.100 quilômetros da BR 163 já estão pavimentados e todas as pontes foram concluídas. “Restam pouco mais de 100 km para pavimentar”, afirma ele, que lembra que as obras da BR 242, também importantes para a logística de Mato Grosso, estão travadas em função da parte ambiental: uma reserva indígena impede o andamento da construção.
Também participaram do evento o senador Blairo Maggi, a senadora Katia Abreu, o governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, além de várias lideranças e autoridades.
Por Equipe SNA/SP