O professor da Universidade de Queensland, na Austrália, Robert Henry, afirmou que a reinvenção da cana-de-açúcar como cultura geneticamente modificada poderia dar sustentabilidade à indústria, diante da queda na demanda global por açúcar. Além disso, a aplicação da técnica para o uso em energia renovável e bioplásticos pode ajudar o meio ambiente.
Henry, que é diretor da Aliança Queensland para Agricultura e Inovação Alimentar (QAAFI), está conduzindo os primeiros experimentos de edição genética para adaptar a produção de cana-de-açúcar a fim de produzir biocombustíveis e bioplásticos de maneira eficaz. “A indústria deve pensar, além de apenas produzir açúcar, também produzir eletricidade, biocombustíveis para transporte e óleos para substituir plásticos tradicionais”, disse o professor.
“Trata-se de reinventar a cana-de-açúcar como cultura com gama mais ampla de usos finais, e a cana-de-açúcar é ideal para renováveis porque cresce rapidamente com biomassa abundante”, afirmou Henry, que está trabalhando com uma equipe global para sequenciar o genoma da cana como parte de um projeto do Joint Genome Institute dos Estados Unidos.
“A cana-de-açúcar é a última grande planta cultivada a ter seu genoma sequenciado, e esperamos vê-lo totalmente decodificado até 2020. Ter o modelo genético do açúcar nos permitirá considerar o cultivo de cana como biocombustível e uma fonte de bioplástico 100% reciclável, substituindo o petróleo na produção de inúmeros itens, de cosméticos a autopeças”, disse o diretor da QAAFI.
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