Dólar volta a fechar em baixa à espera da decisão do Fed

O dólar à vista deu continuidade nesta segunda-feira ao movimento mais recente de queda, em meio a uma percepção positiva em relação ao cenário econômico doméstico e à expectativa pela decisão sobre juros do Federal Reserve nesta semana.

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,8670 para a venda, em baixa de 0,20%. Esta é a menor cotação de fechamento em cerca de um ano, desde 7 de junho de 2022.

Na B3, às 17h:53 (Horário de Brasília), o primeiro vencimento do contrato futuro do dólar estava em baixa de 0,46%, cotado a R$ 4,8820.

Pela manhã, a moeda norte-americana oscilou em margem bastante estreita no Brasil, em meio a sinais mistos no exterior. Embora o dólar caísse em relação a algumas divisas de países emergentes e exportadores de commodities, ele subia em relação a outras moedas.

Com a moeda em patamares mais baixos no Brasil, alguns participantes entraram no mercado para adquirir a divisa, o que deu certo movimento de alta para o dólar em alguns momentos.

Na máxima do dia, registrada às 10h48, o dólar foi cotado a R$ 4,9010.

“Mas isso não se sustentou, porque a queda do dólar em relação a algumas divisas lá fora influenciou”, disse o Diretor da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo.

Durante a tarde, às 16h07, o dólar registrou a mínima do dia a R$ 4,8640. Ainda que a tendência fosse de queda neste momento, as cotações deixaram claro que as margens de oscilação eram limitadas. Da máxima para a mínima do dia, o dólar oscilou 0,77%.

No fim da tarde, o mercado brasileiro reagia de forma otimista ao cenário econômico. Isso ficou nítido nas negociações com juros futuros, onde as taxas de prazos mais curtos novamente recuaram, em meio à expectativa de que o Banco Central está caminhando para iniciar o processo de cortes da Selic, atualmente em 13,75% ao ano.

Embora uma Selic mais baixa signifique um diferencial de juros menor para o Brasil, o que, em tese, reduz a atratividade do País para os investidores externos, a leitura que tem predominado é a de que, com a inflação mais baixa e a redução do risco fiscal, a tendência atual para o dólar é de queda e não de alta.

Essa percepção foi reforçada nesta segunda-feira por declarações do Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante evento com empresários do varejo em São Paulo.

“O câmbio está andando na direção certa”, disse o Presidente do BC. Ele também reforçou que a curva futura de juros tem tido uma “queda relevante” no Brasil e indicou, sem especificar o momento, que isso abre espaço para corte da Selic à frente.

No fim da tarde, o Dólar Índice estava em leve alta, em meio à expectativa pela divulgação de novos dados econômicos nos EUA e pela decisão do Comitê de Política Monetária (FOMC) do Federal Reserve, nesta semana.

Às 17H53 (Horário de Brasília), o Dólar Índice estava em leve alta de 0,09%, cotado aos 103.620 pontos.

No Brasil, pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 14.430 contratos de swap cambial tradicional ofertados para a rolagem do vencimento de julho.

Fonte: Reuters

 

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