Dólar fecha em queda com alívio na cena política após TSE

O dólar comercial fechou em baixa de 0,55%, cotado a R$ 3,0973 para a compra e a R$ 3,0978 para a venda, com máxima a R$ 3,1410 e mínima a R$ 3,0920, com o mercado mais aliviado com a cena política após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adiar o julgamento da chapa Dilma-Temer, vencedora das eleições presidenciais de 2014.

O dólar fechou na menor cotação desde 22 de março (R$ 3,0957).

“O mercado trabalhava com a expectativa de que (o julgamento) seria adiado, mas o pior poderia acontecer”, disse o diretor de operações da Mirae Corretora, Pablo Spyer. “Sem essa pressão, o fluxo pontual acabou puxando a moeda (norte-americana) para baixo”.

A maioria dos ministros do TSE decidiu ouvir mais quatro testemunhas no julgamento da chapa Dilma-Temer e ainda conceder, após os depoimentos que ainda não têm data, novo prazo de cinco dias para que as partes apresentem as alegações finais, resultado em sintonia com as pretensões do Palácio do Planalto de adiar, ao máximo possível, o desfecho do caso.

O temor do mercado é de que o governo do presidente Michel Temer fique ainda mais refém de negociações políticas para aprovar no Congresso Nacional importantes reformas, sobretudo a da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas do país em ordem.

“O mercado fica cauteloso, mas… espera que Temer continue e avance com as reformas”, disse mais cedo o analista de câmbio da corretora Fair, José Roberto Carrera.

Pela manhã, o dólar negociou em alta, chegando à máxima da sessão de R$ 3,1410, justamente com o mercado preferindo adotar cautela antes do julgamento do TSE e seguindo o comportamento da moeda norte-americana sobre outras divisas de países emergentes.

“A alta da manhã foi uma combinação de exterior e movimento defensivo. Mercado criou uma gordura para queimar e foi o que fez”, disse o operador de uma corretora local.

O Banco Central não anunciou intervenção no mercado de câmbio para este pregão. Em maio, vencem US$ 6.389 bilhões em swaps cambiais tradicionais.

No mercado internacional, por volta das 17h30 (Horário de Brasília), o Dollar Index estava em alta de 0,07%, cotado aos 100,43 pontos, enquanto o euro estava em leve alta de 0,02%, cotado a US$ 1,0672.

Juros futuros caem devido a expectativa de uma redução maior da Selic no futuro

As taxas de DI caíram tanto nos vencimentos curtos quanto nos de prazos mais longos, em meio à convicção de que os juros tendem a ficar mais baixos no futuro.

A cerca de uma semana da decisão do COPOM, as expectativas de curtíssimo prazo sentiram o peso da produção industrial mais fraca, que reforçou a ideia de lenta recuperação da atividade econômica. A produção subiu apenas 0,1% em fevereiro em relação a janeiro, com ajuste sazonal.

O indicador foi divulgado antes das primeiras declarações do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal. Na ocasião, Ilan repetiu avaliações já expressas em documentos oficiais do BC. Por exemplo, a de que, com inflação ancorada, a autoridade monetária pode se concentrar em evitar efeitos secundários de ajustes de preços relativos ao longo do tempo.

O adiamento do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre uma possível cassação da chapa Dilma/Temer também contribuiu para reduzir os prêmios de risco. Em última instância, o processo – que deliberará sobre as contas da chapa, vencedora da campanha presidencial de 2014 – pode levar à queda do presidente Michel Temer, ameaçando o encaminhamento do ajuste fiscal.

Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI julho/2017, que reflete expectativas para as reuniões do COPOM de abril e maio, caía para 10,914% ao ano, contra 10,938% no ajuste anterior. Esse vencimento foi o mais negociado do dia, com 180.720 contratos transacionados até o horário.

O DI janeiro/2018 cedia para 9,805% (9,825% no ajuste de ontem). E o DI janeiro/2019 recuava para 9,440% (9,480% no último ajuste). Nos prazos médios e longos, prevaleceu a melhora da percepção de risco no exterior e também o impacto do adiamento do julgamento das contas da chapa Dilma/Temer. O DI janeiro/2021 cedia para 9,800% (9,830% no ajuste de ontem). O DI janeiro/2025 caía para 10,090% (10,150% no ajuste de ontem).

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