Dólar fecha em leve alta

O dólar fechou praticamente estável nesta quinta-feira, com as cotações reagindo à aversão aos ativos de risco no exterior, em um dia marcado por novas declarações do Presidente do Federal Reserve, e à decisão de política monetária do Banco Central no Brasil na noite da véspera.

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,7720 para a venda, em leve alta de 0,09%.

Na B3, às 17h25 (de Brasília), o primeiro vencimento do contrato futuro do dólar estava em alta de 0,22%, cotado a R$ 4,7795.

Pela manhã, a moeda norte americana chegou a operar em baixa, com investidores repercutindo a decisão da véspera do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central.

O colegiado manteve a Selic a 13,75% ao ano, como esperado, mas ainda adotou um tom duro em seu comunicado ao avaliar a inflação. No texto, o colegiado defendeu que é preciso ter “paciência” no controle da inflação e vinculou eventual corte da Selic aos dados econômicos.

O tom ainda duro, ou hawkish, na linguagem do mercado, do comunicado elevou a percepção de que a Selic poderá seguir em patamares elevados por mais tempo que o inicialmente previsto, o que mantém o diferencial de juros para o Brasil em patamares mais altos. Na prática, o país seguiria atrativo aos investimentos estrangeiros, o que pesou sobre as cotações.

Na mínima do dia, às 9h42, o dólar à vista foi cotado a R$ 4,7510 (- 0,35%).

“O mercado esperava por um corte de juros na próxima reunião (agosto), mas a eventual manutenção pode atrair ainda mais recursos estrangeiros para o Brasil”, indicou Jefferson Rugik, Diretor da Correparti Corretora.

A tendência de queda para o dólar, no entanto, foi ofuscada pelo cenário externo, onde havia uma fuga de ativos de maior risco, como o real e demais moedas de países emergentes ou exportadores de commodities.

A aversão ao risco foi disparada por novas declarações de Powell aos congressistas norte-americanos. Segundo ele, os cortes de juros nos EUA devem esperar até que o Fed tenha confiança de que a inflação está caindo para 2%.

“Não vemos isso acontecendo tão cedo”, disse Powell ao Comitê Bancário do Senado no segundo dia de depoimentos no Congresso. “O teste para isso é que estejamos confiantes de que a inflação está voltando para nossa meta de 2%. Queremos ter alguma confiança.”

As declarações fortaleceram a moeda norte-americana em todo o mundo. No Brasil, o dólar registrou a máxima do dia, de R$ 4,7880 (+ 0,42%), às 14h34.

Depois disso, no entanto, a moeda voltou a se aproximar da estabilidade no Brasil. Operador ouvido pela Reuters ponderou que apesar das tendências trazidas pelo COPOM e por Powell para os negócios do dia, os participantes do mercado de câmbio estavam retraídos, montando posições mais curtas à espera de novidades que, de fato, alterassem as expectativas em relação ao real.

Prova disso é que, da mínima para a máxima do dia, a oscilação do dólar foi de apenas 0,77%, em um sinal de que a divisa dos EUA operou em margem estreita.

No fim da tarde, a tendência do dólar no exterior ainda era de alta.

Às 17h25 (Horário de Brasília), o Dólar Índice estava em alta de 0,38%, cotado aos 102.410 pontos.

Fonte: Reuters
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp