O dólar comercial fechou em alta de 1,2%, cotado a R$ 3,7461 para compra e a R$ 3,7468 para venda, com máxima a R$ 3,7473 e mínima a R$ 3,7005, depois de acumular perdas de 2,14% nos dois pregões anteriores, em um movimento de correção e acompanhando o exterior, mas com o mercado mantendo o foco no quadro cena político local, na reta final para os partidos fecharem suas coligações para as eleições de outubro.
“O dólar caiu muito nos últimos dias, era natural uma correção, até pelos níveis de preços: R$ 3,70 chama comprador”, disse o gestor de derivativos de uma corretora nacional ao citar o noticiário político doméstico recente.
Nesta manhã, os partidos do Centrão, grupo formado por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade, anunciaram formalmente o apoio ao pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin.
O mercado já havia reagido bem a essa notícia, divulgada no final da semana passada, quando trouxe mais ânimo aos investidores, que consideram o tucano mais comprometido com as reformas econômicas, sobretudo as de cunho fiscal.
O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu 14.000 contratos de swap tradicional. Com a venda de hoje, o BC já rolou US$ 12.6 bilhões do total de US$ 14.023 bilhões que vencem em agosto.
No mercado internacional, por volta das 17h55 (Horário de Brasília), o Dollar Index estava em alta de 0,63%, cotado aos 94,57 pontos, enquanto o euro estava em baixa de 0,72%, cotado a US$ 1,1643.
Em dia de ajuste, juros futuros fecham em leve baixa
Depois de um início de semana positivo com queda nas taxas, a quinta-feira (26) foi dia de correção no mercado futuro de taxas de juros. Os DIs apresentaram certa resiliência e não tiveram um movimento de mesma amplitude do dólar. Enquanto a moeda americana apresentou queda de mais de 1%, os juros não se afastaram muito da estabilidade e fecharam em leve baixa.
Segundo um operador, parte disso pode ser efeito da ausência do Tesouro Nacional dos leilões semanais de NTN-F, atuando apenas nas LTNs. O Tesouro vendeu, hoje, 4.5 milhões de LTNs em três vencimentos, 100% do lote oferecido ao mercado.
Mesmo que menor, a tendência foi de ajuste nos preços dos ativos. “É natural que tenha alta depois do fechamento forte que vimos na curva de juros. Hoje o dia foi de dólar forte no exterior”, disse David Cohen, sócio e gestor da Paineiras Investimentos.
O dólar fechou ontem na menor cotação em dois meses com a percepção mais favorável do quadro eleitoral brasileiro e com a busca de ativos de risco pelo mundo, movimento acompanhado pelos DIs. O movimento aconteceu num momento em que o noticiário sobre guerra comercial entre os Estados Unidos e seus aliados teve uma trégua.
O presidente americano, Donald Trump, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, concordaram ontem em suspender a aplicação de novas tarifas, enquanto abrem negociações para resolver diferenças comerciais. Para desarmar a crescente tensão comercial e evitar uma guerra, o lado europeu fez concessões ao governo Trump, se comprometendo em ampliar as importações de gás natural liquefeito (GNL) e de soja dos EUA.
Segundo Cohen, depois do acerto entre EUA e Europa, os investidores começam a achar que a disputa será mais dura com a China, o que levou a moeda chinesa a cair hoje, influenciando países emergentes que são parceiros comerciais. Além disso, diz, o anúncio de hoje do Banco Central Europeus (BCE) contribui para a queda do euro, o que ajuda o dólar a se fortalecer.
Hoje, o Banco Central Europeu (BCE) manteve, como esperado, inalteradas suas principais taxas de juros. A taxa refi ficou em zero, a taxa de depósitos em -0,40% e a de empréstimos em +0,25% ao ano. A autoridade europeia reiterou a continuidade das compras de ativos no montante médio mensal de € 360 bilhões até setembro, caindo para € 15 bilhões entre outubro e dezembro.
Ao fim da sessão regular, às 16h, o DI janeiro/2020 fechou com taxa de 7,92% (de 7,93% no ajuste anterior), o DI janeiro/2021 estava cotado a 8,96% (8,94% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2025 a 10,92% (10,83% no ajuste anterior).