O dólar voltou a subir nesta segunda-feira, em um dia marcado por nova decepção da condução da economia chinesa, que penalizou algumas moedas de exportadores de commodities, e pela expectativa com a participação na próxima sexta-feira do Presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole, nos EUA.
O dólar fechou o dia cotado a R$ 4,9790 para a venda, em alta de 0,21%.
Na B3, às 17h10 (Horário de Brasília), o primeiro vencimento do contrato futuro do dólar estava em leve 0,13%, cotado a R$ 4,9915.
No início da sessão, o dólar chegou a cair, em um momento em que as cotações do petróleo se mantinham em alta no exterior. Na mínima, registrada às 9h07, a moeda foi cotada a R$ 4,9580.
Mas rapidamente o dólar reverteu a tendência, reagindo ao noticiário externo. Além de o petróleo ter perdido força, as cotações refletiam decepção com a política monetária chinesa.
O país asiático surpreendeu os mercados globais efetuando um corte de juros menor que o esperado. A taxa de empréstimo primária de um ano (LPR) foi reduzida em 0,10% para 3,45%, enquanto a LPR de 5 anos foi mantida a 4,20%.
Em uma pesquisa da Reuters com 35 analistas, todos os estimavam cortes em ambas as taxas. A redução de 0,10% na taxa de 1 ano foi menor que os 0,15% estimados pela maioria dos profissionais ouvidos.
Neste contexto de dúvidas sobre a recuperação da economia chinesa, algumas moedas ligadas as commodities, como o real, foram novamente penalizadas. O dólar registrou a máxima do dia a R$ 4,9970 às 11h33.
Apesar do impulso vindo do exterior, o dólar não se distanciava tanto da cotação de fechamento da sessão anterior.
“A China reduziu juros, mas o mercado acredita que não foi na intensidade que deveria. Isso causou um mau humor para os negócios, que fez o dólar subir, mas nada de excepcional”, disse o Diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.
“A margem (de oscilação) foi estreita, com os investidores também aguardando o principal evento da semana, o simpósio de Jackson Hole”, disse.
Promovido anualmente pelo Federal Reserve, o evento em Jackson Hole, no estado de Wyoming, terá na sexta-feira participação do Presidente do Fed, Jerome Powell.
“A expectativa de que ele volte a falar de novas altas de juros nos EUA acaba incomodando o mercado. Este é um ponto que contribui para a alta do dólar hoje (segunda-feira)”, indicou Cristiane Quartaroli economista do Banco Ourinvest.
No exterior, as 17h10 (Horário de Brasília), o Dólar Índice estava em leve baixa de 0,04%, cotado aos 103.350 pontos.
Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para a rolagem do vencimento de outubro.
