Não tem o mínimo significado econômico. Mas, pelo menos, em fevereiro o frango vivo comercializado no interior paulista obteve ligeiro ganho (+0,9%%) sobre o mês anterior, janeiro de 2015, revertendo situação que prevalecia desde novembro de 2014 e que gerou todo um trimestre de preços decrescentes.
Mas, verdade seja dita, mesmo pequena, a recuperação registrada demorou a acontecer, deixando todo o setor preocupado. Em outras palavras, o período mais fértil de comercialização do mês (primeira semana, quando os salários chegam ao mercado) passou em brancas nuvens para o produto e, como já havia ocorrido em janeiro, o primeiro decêndio de fevereiro foi encerrado com o mesmo (baixo) preço vindo mês anterior, correspondente à menor cotação do frango vivo em mais de seis meses.
A desejada reação só ocorreu nos últimos dias da primeira quinzena, sendo estimulada, tudo indica, pela antecipação dos abates devido ao Carnaval. Mas duvidava-se de sua sustentabilidade, devido não só ao período que viria a seguir (segunda quinzena), mas também à chegada da Quaresma, momento religioso em que, normalmente, os preços das carnes em geral sofrem refluxo.
Isso, porém, não ocorreu e, embora sem novos ajustes, o frango vivo encerrou fevereiro em mercado firme e com a melhor cotação de 2015 – demonstrativo de que o “ano novo brasileiro” (iniciado pós-Carnaval) propiciou maior equilíbrio entre oferta e procura.
Ainda assim, o último preço do mês (R$2,40/kg) ficou aquém do valor registrado no final de fevereiro do ano passado, ocasião em que o frango vivo foi negociado por R$2,50/kg. De toda maneira, na média do mês, superou (também ligeiramente: +0,43%) a média de fevereiro de 2014, o que – nunca será demais bater na mesma tecla – tem significado econômico absolutamente nulo. E não só porque a inflação acumulada de lá para cá anda rondando a casa dos 8%, mas também porque os custos seguem aumentando em ritmo muito similar ao da inflação.
Sob esse aspecto, aliás, o mais recente levantamento da Embrapa Suínos e Aves mostrou que, em janeiro de 2015, o custo de produção do frango foi o mais elevado dos últimos 25 meses, apresentando elevação de 8,4% sobre janeiro de 2014.
Para completar, vale mencionar que além de vir decrescendo e corresponder ao menor valor nominal dos últimos três anos, o preço médio alcançado pelo frango no bimestre janeiro-fevereiro de 2015 apresenta, também, o menor valor real desde 2010. Ou seja: o valor médio de R$2,08/kg obtido pelo frango vivo naquele ano supera os R$2,33/kg por ora registrados em 2015.
Fonte: Agrolink