Em agosto, a segunda semana do mês voltou a corresponder àquilo que se espera do momento em que, devido à chegada da massa salarial ao mercado, se concentram as maiores e melhores vendas do mês. Tanto que o valor registrado no encerramento do período (dia 11) ficou cerca de 10,5% acima do registrado no fechamento do mês anterior. Em julho, pelos mesmos parâmetros, o que se viu foi uma redução de 2%.
Atribuir essa valorização também às comemorações pela passagem do Dia dos Pais é simplificar. Pois, tudo indica, o processo começou antes. E uma sinalização nesse sentido vem dos dados que o IBGE divulgou na semana passada, mostrando que – em relação ao trimestre inicial de 2023 – no segundo trimestre do ano caiu tanto o número de cabeças de frango abatidas (-1,10%) como a carne por eles produzida (-2,23%).
Naturalmente, será preciso aguardar a divulgação dos números mensais desse trimestre para confirmar a tese. Mas é provável que, frente aos fracos resultados financeiros do período (foi o pior dos últimos cinco trimestres) o setor tenha iniciado um processo de adequação da produção que se estende a agosto corrente.
Também aponta nessa direção o fato de – pelo menos na Região Sudeste – o mercado do frango vivo independente, apático por meses, ter obtido firmeza ainda no final de julho passado, condição que não só permaneceu, mas se intensificou ainda mais nas duas primeiras semanas deste mês. A ponto de, em menos de duas semanas, a cotação no interior paulista ser corrigida em 11% e a de Minas Gerais em cerca de 9% (no fechamento do período, R$5,00/kg em São Paulo; R$4,90/kg em Minas).
Quanto ao frango abatido, a cotação média alcançada nas duas primeiras semanas de agosto, de R$6,21/kg, corresponde a uma valorização de 6,70% sobre o mês anterior, permanecendo perto de 23% abaixo da registrada há um ano. Também é um valor que remete o setor de volta aos mesmos valores nominais praticados no primeiro quadrimestre de 2021. De toda forma, representa a melhor média dos últimos três meses.
