Os desembolsos de crédito rural somaram R$ 25 bilhões nos dois primeiros meses da safra agrícola 2017/2018. O montante é 29% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.
Os dados, que constam do relatório da Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Mapa, mostram que médios e grandes agricultores já demandaram 13% dos recursos disponibilizados para o financiamento agropecuário de R$ 188,4 bilhões.
Analista da área de Agronegócios da Tendências Consultoria, Felipe Novaes explica que, apesar da queda de preço da soja e do milho, as boas condições climáticas e os investimentos em tecnologia e produtividade permitiram volumes excepcionais. “Desta forma, os volumes compensaram os preços. Já prevemos aumento de área plantada para a próxima safra”, avalia ele.
Novaes lembra, ainda, que o produtor sofreu com a taxa de câmbio, que teve comportamento pouco animador para os exportadores por conta da valorização do real frente ao dólar em relação ao ano anterior. Por outro lado, a queda da inflação e dos juros ajudam a dar fôlego a novos investimentos.
Os dados da SPA mostram que as instituições financeiras liberaram 132.422 contratos de financiamento envolvendo crédito de custeio, comercialização e investimento, ante 110.763 operações de julho e agosto de 2016.
O desembolso nas operações de custeio e de comercialização atingiu R$ 20,7 bilhões, em alta de 29% sobre igual período de 2016. Já as contratações de investimentos chegaram a R$ 4,4 bilhão, com crescimento de 30%.
As contratações pela Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) atingiram R$ 5,3 bilhões, valor que equivale a praticamente o dobro do observado em igual período no ano passado, de R$ 2,8 bilhão. De acordo com a SPA, esse resultado decorre do aumento na emissão do título, criado com o objetivo de diversificar as fontes de financiamento do crédito rural.
Equipe SNA/Rio