Desembolsos de crédito rural continuam em alta

Os desembolsos de crédito rural somaram R$ 116.7 bilhões nos sete primeiros meses da safra 2019/20 (julho do ano passado a janeiro último), 8% mais que no mesmo período da temporada anterior (R$ 107.7 bilhões), segundo levantamento feito pelo Valor com dados do Banco Central. Os recursos para industrialização e investimentos apresentaram as maiores altas, 71% e 22%, respectivamente. Já as liberações para comercialização diminuíram 20%.

Os agricultores familiares mantiveram o apetite por investimentos. Os desembolsos no âmbito do Pronaf chegaram a R$ 9.03 bilhões no intervalo, um aumento de 25% em relação às contratações da safra 2018/19.

Para atender à categoria, que reclamava de demanda represada nas instituições financeiras (o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES chegou a suspender a contratação de algumas linhas), o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou em janeiro uma resolução para permitir o uso de parte dos recursos obrigatórios dos bancos, captados por meio dos depósitos à vista, para financiar os investimentos.

A medida vale de 1º de fevereiro até 30 de junho. O Ministério da Agricultura estima que sejam redirecionados R$ 1 bilhão em crédito que iria, inicialmente, para custeio. De modo geral, as contratações no Pronaf aumentaram 19%, para R$ 19.4 bilhões. No Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor), o avanço superou 46%, para mais de R$ 17 bilhões neste ciclo.

Os bancos públicos lideram as liberações de crédito rural em geral de julho de 2019 a janeiro passado, com mais de R$ 60 bilhões. Só o Banco do Brasil foi responsável por mais de R$ 48 bilhões em financiamentos nesses sete meses. O montante liberado pelos bancos privados e cooperativas de crédito também aumentou.

Os recursos obrigatórios continuam a ser a principal fonte dos financiamentos do crédito rural, com R$ 33.08 bilhões no período, seguidos da poupança rural, com R$ 30.3 bilhões, e das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), com R$ 16.4 bilhões. Do total liberado, R$ 87.9 bilhões (76%) foram com juros controlados. Os recursos a juros livres somaram R$ 28.8 bilhões (24%).

 

Valor Econômico

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