Descarbonização é tema de painel na Fiesp

Presidente da Embrapa participa de mesa redonda e apresenta tecnologias externas à sustentabilidade na agropecuária
Presidente da Embrapa participa de mesa redonda e apresenta tecnologias externas à sustentabilidade na agropecuária/ Foto: Vinícius Kuromoto

 

Papel da pesquisa brasileira sobre descarbonização é tema de painel na Fiesp

Os avanços da pesquisa agropecuária brasileira e as inovações que já foram entregues à sociedade, além do que está em desenvolvimento, com foco na garantia de produtividade com sustentabilidade foram os principais pontos envolvidos pela presidente Silvia Massruhá, da Embrapa, durante a mesa redonda sobre Energia e Descarbonização da Economia, no Fórum Econômico Brasil-França, na manhã desta quarta-feira, 27. O evento, realizado pela Federação Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), fez parte da programação da visita oficial do presidente francês ao Brasil, Emmanuel Mácron.

“Em 50 anos, desde que foi criada, a Embrapa tem pautado sua agenda de pesquisa sempre em conexão com as demandas da sociedade e os desafios globais, pela produção de alimentos, com qualidade e sustentabilidade”, disse ela, que começou uma empresa, atuante em 43 unidades de pesquisa distribuídas nos cinco biomas presentes no território nacional.

“No momento atual do mundo, em que os países buscam se desenvolver com compromissos e metas voltadas à redução dos impactos sobre o meio ambiente, principalmente a descarbonização, sem dúvida, exigem muito mais esforços na busca por inovação que atenda de maneira igualitária como cadeias produtivas e em especial atenção aos pequenos produtores rurais”, ressaltou.

O presidente apresentou um panorama de como a empresa tem contribuído não só com a pesquisa, mas também com a elaboração de políticas públicas que trazem benefícios para o país por meio de incentivos aos agricultores, a partir do acesso à informação, conectividade, garantia de recursos financeiros, entre outras formas de suporte ao desenvolvimento da atividade.

“É preciso oferecer suporte para quem produz, para que tenha condições de estar inserido nessa agenda global pautada na qualidade e na sustentabilidade, sem contar as mudanças de padrão de consumo da sociedade, cada vez mais atenta à importância de se manter conectado à origem do que chega à sua mesa”.

Sobre a transição energética, climática e digital, Silvia falou sobre os impactos sobre a produção de alimentos, fibras e energia, e que há mais de 10 anos, a Embrapa tem se voltado ao desenvolvimento de pesquisas em parceria com instituições que também contribuem com o cenário das tendências de futuro.

“Trabalhamos na elaboração de protocolos para produtos de baixo carbono, em parceria com o governo federal e instituições de pesquisa”, comentou, destacando as ferramentas Renovacalc, que calculam a intensidade de carbono para os biocombustíveis, impostas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) e Renovabio, do Ministério de Minas e Energia (MME), que visa expandir a produção de biocombustíveis, fundamentada na previsibilidade e sustentabilidade ambiental, econômica e social.

Pesquisa em rede e parcerias

No campo, o presidente citou, entre outros, o exemplo do desenvolvimento de soja de alto teor oleico para a produção de combustível de aviação, por exemplo, além das formas de uso de biomassa, projetos com dendê para a produção de óleo na produção de bioenergia, etanol, biodiesel, biogás e biometano.

“Pelo menos dez unidades da Embrapa têm trabalhos de forma integrada na área e em projetos com a parceria do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA)”, afirmou. O presidente destacou também o acordo entre a Embrapa, a Marinha do Brasil e o Ministério das Relações Exteriores (MRE) para reduzir as emissões do transporte marítimo brasileiro, por meio do uso de biocombustíveis.

Destacou ainda a dedicação da pesquisa na busca por inovação para a redução da emissão de gases de efeito estufa no campo, a adoção cada vez maior das práticas sustentáveis ​​como a fixação biológica de nitrogênio e plantio direto, que representam benefícios não apenas para o meio ambiente , mas para a economia do País.

“Além disso, a Embrapa tem estado muito envolvida com a questão da redução da dependência por fertilizantes importados, a partir do incentivo de bioinsumos e do uso racional desse tipo desse tipo de produto tão importante para a produtividade”, disse ela, lembrando a promoção das Caravanas, ação de transferência de tecnologia, que percorreu vários estados brasileiros, levando capacitação e conhecimento a técnicos e produtores.

O presidente finalizou lembrando que a Embrapa tem parcerias com a França não somente com instituições de pesquisa, mas com o setor privado e citou o acordo assinado com a Ciplan/Grupo Vicat no último dia 26 de março, na sede da Embrapa.

Durante o almoço do Fórum Econômico Brasil-França, realizado após mesa redonda, Silvia Massruhá e o CEO do Grupo Vicat, Guy Slidos, voltaram a abordar o tema, que foi apresentado como um dos destaques de parcerias assinadas durante a visita da comitiva do presidente da França, Emmanuel Macron.

Desde 2020, a Embrapa e o grupo Vicat, por meio da Ciplan, trabalham juntos e o acordo previsto prevê o uso de pelo menos 20% de biomassa de eucalipto para a produção de cimento e um estudo de previsões econômicas do uso de capim elefante como fonte de biomassa.

Superintendência de Comunicação da Embrapa, em parceria com a redação da SNA
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