O mercado de leite e derivados registrou um movimento de alta em maio, refletindo uma menor oferta interna. O mês de maio é o período de menor produção nacional. Além disso, as enchentes no Rio Grande do Sul afetaram o início da safra no Estado, causando perdas de volume de leite ao longo do mês. A importação de leite e derivados registrou uma queda no mês de maio, com o menor volume mensal desde 2022. Esses três fatores causaram queda na disponibilidade interna, impulsionando os preços no mercado brasileiro. No mercado internacional, a produção dos principais exportadores segue recuando e os preços nos últimos leilões do Global Dairy Trade tem registrado leve tendência de valorização.
Conseleites indicam alta nos preços
As indicações dos Conseleites para o pagamento do leite entregue em maio apontaram um aumento dos preços em todos os Estados, em linha com o movimento de valorização dos derivados lácteos e preço no mercado spot. No Rio Grande do Sul ocorreu a maior alta no indicador.
Preço do milho fica estável, mas soja sobe. Boi e bezerro seguem em queda
Os preços de milho ficaram relativamente estáveis no mês de maio, pressionados pela comercialização da safra e a perspectiva de boa safrinha. Na Argentina, no entanto, existe risco de fortes perdas na Região Norte, em função de ataques de cigarrinhas nas lavouras. Já no mercado de soja, as cotações registraram valorização em maio, com produtores retendo a safra e cadenciando as vendas. A desvalorização do real e perdas na safra gaúcha também foram fatores que contribuíram para a alta da oleaginosa. As trades acabaram pagando um prêmio pelo produto, o que impulsionou as cotações do farelo ao longo do mês. No mercado pecuário, as cotações voltaram a recuar devido a maior oferta de animais para abate.
*Informativo mensal produzido pelo Centro de Inteligência do Leite da Embrapa Gado de Leite.
Autores: Glauco R. Carvalho, Luiz A. Aguiar de Oliveira e Samuel José de M. Oliveira.
Colaboração: Maria Souza Lima Arantes e Ítalo de Paula Bellozi (graduandos da UFJF).
