Demanda fraca antecipa queda do leite

A demanda enfraquecida por lácteos e o aumento na oferta de leite para processamento no país fizeram os preços médios ao produtor cair mais cedo do que o normalmente esperado neste ano. Em junho, os produtores brasileiros receberam, em média, R$ 1,172 pelo litro do leite entregue no mês anterior, um recuo de 0,26% na comparação com os R$ 1,175 de maio, de acordo com levantamento da Scot Consultoria.

Para Rafael Ribeiro, analista da Scot Consultoria, a principal razão para o recuo do preço é “a demanda ruim”, algo inesperado nestes meses mais frios do ano, quando geralmente o consumo de lácteos cresce.

 

 

Ele acrescenta que a produção ascendente de leite também pressiona o mercado. Há maior oferta de matéria-prima no Sul do país, onde começou a safra, e aumento na captação de leite também em algumas regiões de São Paulo e Minas Gerais, onde o clima favorável e o alimento (milho e soja) mais barato têm estimulado a produção de leite.

Segundo o Índice Scot de Captação de Leite, a captação da matéria-prima, na média nacional, teve alta de 1,4% em maio passado sobre abril, e dados parciais indicam aumento de 1,8% em junho sobre maio. Diante desses fatores, os preços ao produtor, no spot, no atacado e no varejo, que geralmente sobem até agosto, apresentam comportamento diferente.

O levantamento da Scot mostra que o preço no mercado spot (negociação entre as empresas) de São Paulo em junho ficou em R$ 1,384, abaixo dos R$ 1,576 por litro de maio passado. No varejo e no atacado, os preços ficaram praticamente estáveis em junho, também algo inesperado, segundo Rafael Ribeiro. No atacado paulista, o litro de leite longa vida foi cotado a R$ 2,52, em média, em junho ante R$ 2,53 em maio. No varejo, o preço se manteve em R$ 3,38 por litro, em média, segundo a Scot.

No atual ambiente, a maior parte dos 140 laticínios ouvidos pela Scot em sua pesquisa mensal, em 17 estados, espera queda dos preços ao produtor este mês. Uma fatia de 61% prevê recuo, 33% creem em manutenção e apenas 6% veem espaço para alta.

 

Fonte: Valor Econômico

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