As importações de soja da China recuam 7,9% em 2018 para 88.03 milhões de toneladas, segundo dados divulgados pela Secretaria Geral da Alfândega do país. Segundo informações apuradas pela Reuters, este é o primeiro recuo da nação asiática em compras de soja desde 2011.
Em dezembro, as importações chinesas caíram 40,1% em relação ao mês anterior e totalizaram 5.72 milhões de toneladas. Ainda segundo a secretaria, em novembro, a China não comprou sequer um grão da oleaginosa norte-americana.
Os números menores são parte dos resultados da guerra comercial instalada, desde meados de 2018, entre China e Estados Unidos. E apesar dos recentes encontros de delegações de ambos os países, um consenso ainda não foi firmado e o mercado só especula sobre uma possível volta da demanda chinesa ao mercado norte-americano.
Por outro lado, o CNGOIC (Centro Nacional de Informações sobre Grãos e Oleaginosas da China) elevou sua estimativa das importações de soja do país para 87 milhões de toneladas no ano comercial que se encerra em setembro próximo. Apesar de mais baixo do que no ano passado, o volume aumentou 3 milhões de toneladas em relação à sua estimativa anterior.
Além disso, o centro informou ainda que a China deve, de fato, importar mais 2 milhões de toneladas dos EUA além das 3 milhões de toneladas que foram adquiridas em dezembro.
O CNGOIC, neste início de semana, também divulgou informações de que a safra 2018/19 de soja da nação asiática está estimada em 16 milhões de toneladas, a maior desde 2006. Em contrapartida, estima ainda uma demanda menor de farelo de soja de 4,7%, por conta das perdas no plantel chinês ocasionadas pela peste suína africana. O consumo de farelo estimado está estimado em 66.8 milhões de toneladas no ano comercial 2018/19.
A doença deve provocar também é um consumo menor de milho na China, estimado em 190 milhões de toneladas, 5 milhões de toneladas a menos do que a estimativa anterior da instituição. As perdas causadas pela peste desestimularam os granjeiros locais, principalmente os pequenos e médios, e fizeram com que buscassem reduzir seus estoques e deixar a engorda dos animais mais lenta.
Novos encontros
O vice primeiro ministro chinês, Liu He, deverá visitar Washington entre os dias 30 e 31 de janeiro para ampliar as negociações comerciais entre China e Estados Unidos. O encontro acontece após uma visita da delegação americana a Pequim, no início deste mês, para uma nova rodada de conversas.
O objetivo de Liu, segundo informações da Bloomberg, é o de se reunir o Representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer e com o Secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.
Além disso, o vice primeiro ministro é uma das peças-chave da equipe econômica de Xi Jinping e tem sido o responsável pelas negociações com os EUA.
Com informações da Bloomberg e da Reuters Internacional
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