O Ministério da Agricultura publicou no Diário Oficial da União de 10 de janeiro o registro de 28 agrotóxicos e princípios ativos. Já na edição do dia 18/1 do Diário Oficial, a Coordenação-Geral de Agrotóxicos e Afins do Ministério Agricultura publicou lista com mais 131 pedidos de registro de agrotóxicos solicitados nos últimos três meses de 2018. Eles ainda passarão por avaliações técnicas de três órgãos do governo.
As aprovações vêm causando polêmica quanto à agilidade no processo de liberação. O argumento que determinado produto tem autorização no Brasil e não na Europa ou Estados Unidos é usado com frequência para questionar a segurança de determinado ingrediente ativo. Entretanto, o uso e autorização de determinados ingredientes ativos está ligado ao perfil de culturas e alvos que são importantes no país.
Por exemplo, os Estados Unidos não tem uma pressão de uso de inseticidas como o Brasil por ser um país com a agricultura localizada em regiões temperadas, onde as baixas temperaturas diminuem o ataque de insetos. Já o Brasil, as regiões de agricultura tropicais com sucessões de cultivos na mesma safra, favorece maior infestação de insetos.
Assim, torna-se importante a maior disponibilidade de ingredientes ativos para controlar insetos e permitir a rotação de ingredientes ativos que são importantes tanto para o sucesso no controle de pragas quanto no manejo de resistência.
Em relação ao Sulfoxaflor, tem o mesmo modo de ação de produtos registrados no Brasil e são indispensáveis ao controle de insetos sugadores. As restrições de aplicação estão baseadas em estudos científicos que visam à segurança das populações de abelhas.
Outros produtos como os herbicidas Sulfentrazone e Imazetapir tem uso focado em culturas que não são de importância na Europa, como soja, cana-de-açúcar e café. Por esse motivo, as empresas de defensivos não têm interesse em investir nos produtos.
O agrônomo e consultor do Portal Agrolink, Josué Verba, ressaltou que outro ponto levado em consideração é o aumento do número de registros de defensivos. O cadastramento no Brasil é extremante demorado e as melhorias de gestão por parte das autoridades públicas estão dinamizando a análise dos processos.
O Brasil é considerado um dos países mais exigentes no mundo em matéria de registros, mas garante segurança, tanto para o agricultor e trabalhadores envolvidos no manejo da produção agrícola, quanto para a população, e além disso está alinhado com as peculiaridades e necessidades da agricultura brasileira.
Em nota, o Ministério da Agricultura afirmou que as análises técnicas dos agrotóxicos registrados no País são realizadas por “servidores altamente capacitados nas áreas de e ciência agronômica, toxicologia humana e ecotoxicologia, com práticas alinhadas às legislações internacionais mais modernas e exigentes”.
“Os agrotóxicos são ferramentas essenciais para o controle efetivo das pragas na agricultura brasileira e garantia da sanidade das plantações brasileiras”, acrescentou a Pasta. “Seu uso é fundamental na agricultura, onde as altas médias de umidade e temperatura, aliados aos cultivos extensivos, favorecem a multiplicação e disseminação de pragas.”
Agrolink