De vilão das hortaliças, pimentões sem agroquímicos ganham destaque em SP

estratégia, agora, é monitorar a lavoura para obter produtos sem resíduos. Foto: Divulgação PariPassu
Considerado um dos vilões entre as hortaliças, no que diz respeito aos resíduos de defensivos agrícolas, o pimentão foi a cultura escolhida pelo programa Colheita Segura para iniciar o projeto. Foto: Divulgação PariPassu

Cerca de 120 toneladas de pimentões com garantia de procedência e monitoramento rigoroso dos níveis de resíduos de agroquímicos deverão ser colhidos, até o final deste ano, por um grupo de produtores rurais da região de Pilar do Sul, no interior do Estado de São Paulo. A iniciativa faz parte do programa “Colheita Segura”, que começou em maio deste ano, graças a uma parceria entre o PariPassu e o Grupo MNS.

Considerado um dos vilões entre as hortaliças, em relação aos resíduos de defensivos agrícolas, o pimentão foi a cultura escolhida pelo programa para iniciar o projeto. “Em 2010, o Programa de Análises de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos (Para), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), constatou que 91,7% dos pimentões continham resíduos de produtos não autorizados. Por isso, escolhemos essa hortaliça para iniciar o programa Colheita Segura”, explica Sérgio Ramos, gerente geral da Divisão Comercial do Grupo MNS.

Segundo Ramos, o Colheita Segura propõe acompanhar, monitorar e capacitar os produtores rurais em relação à produção de frutas, legumes e verduras (FLV), seguindo as boas práticas agrícolas e acompanhando as tendências mundiais do setor varejista em oferecer aos seus consumidores produtos saudáveis e seguros.

“Com essa iniciativa, pretendemos intensificar o apoio e a transferência de conhecimento para a cadeia produtiva e entregar uma colheita segura ao mercado”, informa o gerente, acrescentando que, além de respeitar as normas de boas práticas agrícolas, os produtores do projeto devem seguir rigorosamente as orientações técnicas da equipe de agrônomos e técnicos da empresa para que a colheita seja realmente segura.

“A expectativa é colher 20 toneladas por mês de pimentões sem resíduos de agroquímicos, em uma área total de 66 mil metros quadrados e chegar ao fim do ano com 120 toneladas ou até mesmo ultrapassar essa quantidade”, calcula Ramos.  “Nossa estratégia, agora, é monitorar a lavoura para obter produtos sem resíduos.”

A empresa PariPassu desenvolve soluções para a gestão do campo, rastreabilidade de alimentos, controle de qualidade dos produtos e processos, além de fornecer análises estratégicas de negócios. Já o Grupo MNS atua como distribuidora de hortifrutigranjeiros, fundada por japoneses em Pilar do Sul, há mais de meio século.

 

PACOTE TECNOLÓGICO

Em relação à infraestrutura e o planejamento, o Colheita Segura conta com o apoio de um pacote tecnológico. “Fazem parte desse pacote: o Caderno de Campo Digital, pelo qual todos os dados coletados e apontamentos de cada produtor ficam armazenados; o sistema de rastreabilidade e monitoramento, que avalia volume de produção do pimentão; e o aplicativo Clicq, utilizado para avaliação do controle de qualidade dos produtos”, detalha o diretor comercial da PariPassu, Giampaolo Buso.

Ele ainda salienta que “outro diferencial do programa é a interdisciplinaridade, que envolve profissionais e empresas com competências específicas”. Segundo Buso, a metodologia do programa contempla visitas técnicas, análises de resíduos, encontros mensais, aproximação com parceiros, auditoria e auxílio para que os produtores recebam certificações.

“O objetivo é orientar o produtor para receber o reconhecimento, por meio da certificação Local G.A.P. (Global Agricultural Practices), que atesta em relação à aplicação de boas práticas agrícolas na produção e é considerada pelo mercado brasileiro como uma certificação mínima para a comercialização e a exportação”, explica.

De acordo com Buso, este certificado também visa à preparação do produtor para obter a certificação internacional G.A.P. Europeia, a Global Agricultura Practices promove padrões de boas práticas agrícolas no campo.

 

Diretor comercial da PariPassu, Giampaolo Buso explica que o projeto conta com o apoio de um pacote tecnológico que inclui o Caderno de Campo Digital para anotação dos dados coletados e dos apontamentos de cada produtor; o sistema de rastreabilidade e monitoramento e o aplicativo Clicq, para avaliação do controle de qualidade dos produtos. Foto: Divulgação Paripassu
Diretor comercial da PariPassu, Giampaolo Buso explica que o programa Colheita Segura conta com o apoio de um pacote tecnológico que inclui Caderno de Campo Digital, sistema de rastreabilidade e monitoramento, além do app Clicq, que avalia o controle de qualidade dos produtos. Foto: Divulgação Paripassu

DOS PLANOS DE CULTIVO À COLHEITA

Os 19 produtores vinculados ao programa recebem apoio total, do planejamento do plantio até a colheita, além do encaminhamento dos produtos aos distribuidores para comercialização. “Desde o início, os produtores ficaram muito entusiasmados e agradecidos pela iniciativa. Inseridos no programa, eles (os produtores) se sentem valorizados e, dessa forma, ficam motivados a produzir corretamente”, informa.

“Além do auxílio no manejo e nas boas práticas agrícolas, o que garante um produto de alta qualidade para o consumidor final, o fato de o programa ajudar na distribuição nos permite trabalhar com mais tranquilidade”, destaca o produtor rural Valdomiro Alves dos Santos, do Sítio Dois Irmãos, localizado em Piedade, a pouco mais de 32 quilômetros de Pilar do Sul (SP).

 

“Além do auxílio no manejo e nas boas práticas agrícolas, o que garante um produto de alta qualidade para o consumidor final, o fato de o programa ajudar na distribuição nos permite trabalhar com mais assertividade e tranquilidade”, destaca o produtor rural Valdomiro Alves dos Santos, do Sítio Dois Irmãos, localizado em Piedade, no interior paulista. Foto: Divulgação PariPassu
“Além do auxílio no manejo e nas boas práticas agrícolas, o que garante um produto de alta qualidade para o consumidor final, o fato de o programa ajudar na distribuição nos permite trabalhar com mais assertividade e tranquilidade”, destaca o produtor rural Valdomiro Alves dos Santos, do Sítio Dois Irmãos, localizado em Piedade, no interior paulista. Foto: Divulgação PariPassu

Para ele, outro ponto importante do programa é o acompanhamento in loco de todas as etapas do cultivo. “Toda semana temos um técnico monitorando nossa plantação, auxiliando na administração de produtos e no manejo correto para conseguirmos a produção sustentável na cultura do pimentão, pois muitos dos produtores que aderiram ao programa vieram de outras culturas e esse acompanhamento é fundamental para que todos saiam ganhando no final do processo”, frisa.

Conforme o produtor, os técnicos também orientam sobre os cuidados com o uso de defensivos agrícolas, principalmente porque é muito difícil encontrar produtos registrados para o manejo cultura do pimentão.

Santos está bem otimista em relação à produtividade: “Aderi ao programa com minha safra pela metade, porém, estou no mesmo nível dos outros produtores. Em pouco tempo, consegui produzir 200 caixas de pimentões, o equivalente a duas toneladas, e tudo isso com o uso de agroquímicos de alta qualidade registrados, o que era um tanto quanto complicado anteriormente”.

 

Por equipe SNA/SP

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp