Custos grãos/Cepea: safra 2016/17 indica margem positiva com soja

O preço de nivelamento (valor mínimo para cobrir o custo operacional efetivo – COE) da soja tolerante ao herbicida e resistente a lagartas (comercialmente conhecido como Intacta) para a safra 2016/17 está menor que a cotação da saca comercializada nas principais regiões produtoras do País, indicando margem positiva ao sojicultor, segundo cálculos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizados em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

O melhor resultado fica com Cascavel (PR), onde a oleaginosa foi vendida a R$ 65,87/saca em jan/17, contra um preço de nivelamento calculado em R$ 37,51/saca, considerando um COE médio de R$ 2.438,10/ha de fevereiro a outubro de 2016, período de maior comercialização de insumos para a produção de soja, e uma produtividade média esperada, para esta temporada, de 65 sacas/ha. Como resultado, o sojicultor paranaense obtém margem de R$ 1.843,45/ha.

Em Rio Verde (GO), o preço de nivelamento foi calculado em R$ 38,74/saca para um COE de R$ 2.324,23/ha, contra a média da saca de soja de R$ 65,37 em jan/17, resultando num saldo positivo de R$ 1.597,97/ha.

Em Mato Grosso, as regiões acompanhadas pelo Cepea também apresentam resultados positivos. Em Sorriso, a média do COE é de R$ 2.417,27/ha e, com a expectativa de produtividade média próxima de 60 sacas/ha, o preço de nivelamento obtido foi de R$ 40,29/saca. Com a cotação média da saca de soja em janeiro atingindo R$ 58,35, a margem estimada é positiva em R$ 1.083,73/ha. Em Primavera do Leste, o saldo foi calculado em R$ 1.057,13, a partir de um preço de nivelamento de R$ 42,16/saca e da média da saca de soja em jan/17 de R$ 59,78. Nessa praça, o COE médio de fev/16 a out/16 foi de R$ 2.529,67/ha e a produtividade é esperada em 60 sacas/ha.

No Sul do País, as margens obtidas foram semelhantes para sojicultores de Passo Fundo (RS) e Chapecó (SC). Na região gaúcha, o COE médio para soja Intacta de R$ 2.878,69/ha e a expectativa de produtividade de 65 sacas/ha resultaram em um preço de nivelamento de R$ 44,29/saca, contra a cotação média da soja em jan/17 de R$ 66,63/saca. Assim, o saldo positivo foi estimado em R$ 1.452,26/ha. Em Chapecó, a margem é de R$ 1.372,21/ha, considerando-se a média da soja comercializada em jan/17, de R$ 67,46/saca, e o preço de nivelamento de R$ 46,35/saca, obtido a partir de um COE médio de R$ 3.012,59/ha e uma produtividade média de 65 sacas/ha.

No Nordeste, região que apresentou os preços de nivelamento mais altos, o melhor resultado é obtido por produtores de Balsas (MA), com margem positiva de R$ 1.233,86/ha. Nessa região, o COE médio foi de R$ 2.410,99/ha e a produtividade esperada, de 55 sacas/ha, resultando em um preço de nivelamento de R$ 43,84/saca, contra a média de R$ 66,27 da saca de soja comercializada na região em jan/17.

Em Luís Eduardo Magalhães, oeste da Bahia, o saldo positivo foi calculado em R$ 464,49/ha. O COE médio nessa região foi de R$ 3.047,82/ha, 26% superior ao da praça maranhense, devido principalmente aos gastos com fungicidas. Diante do COE elevado e da produtividade esperada em 53 sacas/ha, o preço de nivelamento de Luís Eduardo Magalhães foi de R$ 57,51/sacs, contra uma cotação média da saca de soja de R$ 66,27/saca em jan/17.

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Fonte: Cepea

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