Um dos principais desafios de quem faz agricultura orgânica é a substituição do adubo químico. O agricultor Ricardo Nunes, do município de Paulista (PE), está com uma análise de solo apontando deficiência de nutrientes que aparecem no resultado como “N” e “K”, nitrogênio e potássio.
Vasco Machado é um agricultor orgânico certificado e tira de sua propriedade, na zona rural de Porto Alegre, 32 tipos de hortaliças. Ele está sempre buscando maneiras de facilitar o trabalho na lavoura e usa até uma gravação do canto de gaviões, que toca o dia inteiro para espantar as aves que chegam para comer os frutos.
O sistema todo deve ser pensado para manter a terra adubada. Assim é possível substituir o adubo químico para conseguir nutrientes, como nitrogênio e potássio.
“Uma das formas é a adubação verde, que vai gerar uma massa acima do solo, um leito de raiz abaixo, e vai conseguir desagregar da rocha matriz alguns desses elementos e trazer para a superfície. Aumentando a biodiversidade, a fauna e flora existente no solo, vai fazer com que esses nutrientes se tornem disponíveis para as plantas”, explica Luiz Paulo Vieira Ramos, técnico agrícola da Emater (RS) – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural.
“O solo tem que estar estruturado para receber alguma coisa e cada solo é diferente. Então fui começando a estudar o meu solo e eu vi que a adubação verde é a solução. Eu não consigo mais plantar sem fazer a adubação verde”, diz Vasco Machado.
A torta de mamona pode ser usada para a produção orgânica desde que esteja certificada, como explica o técnico da Emater: “é importante também que ela esteja compostada, senão ela vem para o solo e, num primeiro momento, ela rouba os nutrientes para fazer o processo de fermentação”.
Outra opção para adubar o solo é a cama de frango. Antes de aplicar, é preciso fazer a compostagem do animal. A quantidade aplicada é de 1kg ou 2kg por metro quadrado e o solo deve estar estruturado com a adubação verde para trazer resultado.
Como alternativa para as cinzas, Luiz Paulo Vieira Ramos sugere o biofertilizante, que pode ser produzido de várias maneiras. Conforme a análise do solo indica, ele é intercalado com o composto.
Além disso, o descanso do solo é fundamental. “Sempre dou um descanso para o solo. Trabalho dois anos naquele solo e dois anos deixo ele descansando com a adubação verde”, conta Vasco Machado.
A Embrapa tem uma cartilha sobre adubação alternativa. O material custa R$ 4, sem as despesas de correio. Para pedir um exemplar, escreva para o endereço abaixo:
EMBRAPA – Caixa Postal nº 040315
Brasília – DF – CEP: 70770-901
Fonte: Globo Rural