COP-27: CNA debate segurança alimentar e climática

Participantes de painel coordenado pela CNA. Foto: Divulgação/CNA

A segurança alimentar e climática foi o tema debatido no primeiro painel do Dia do Agro, coordenado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) no pavilhão brasileiro COP-27. No encontro, os expositores destacaram a importância do esforço de trabalhar em ações conjuntas para que a agropecuária seja parte da solução dos problemas de mitigação e adaptação aos efeitos das mudanças do clima no mundo.

O debate reuniu Gedeão Pereira (moderador); , Rodrigo Justus; o secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura, Cleber Soares; a diretora de  na Embaixada do Reino Unido no Brasil, Bruna Cerqueira;

Para Gedeão Pereira, moderador do debate e vice-presidente de Relações Internacionais da CNA, o mundo vive em um momento em que a União Europeia enfrenta retrocessos em questões energéticas, e onde os países do Mercosul, que têm aumentado sua produção com tecnologia, podem ser a solução da segurança alimentar, fornecendo alimentos principalmente para países da África, Oriente Médio e Ásia, de forma saudável, sustentável e ambientalmente segura.

“Segurança alimentar e segurança climática são dois temas interligados. Temos condições de garantir alimentos ao mundo, que hoje demanda cada vez mais alimentos que estejam de acordo com a segurança climática. Temos de seguir produzindo com investimentos para mostrar que temos uma das agriculturas que mais respeita o meio ambiente”, destacou Pereira.

Esforço global

Na avaliação de Rodrigo Justus, consultor técnico e jurídico da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA, é necessário um esforço global de adaptação às mudanças climáticas e de fortalecimento da agropecuária, com investimentos em tecnologias para assegurar alimentos saudáveis e sustentáveis, especialmente para os pequenos produtores, cuja maioria hoje não tem acesso a esses instrumentos.

“Quando falamos de segurança alimentar, falamos do ponto de vista de alimentos saudáveis, mas também de quantidade e disponibilidade para a população mundial. É necessário que haja um esforço para assegurar investimentos para o setor agropecuário, porque a tecnologia é a solução”, disse Justus.

“Não podemos restringir o produtor de uso de fertilizantes, biotecnologia e defensivos agrícolas, nem adotar outras medidas como taxação de carbono, nem nada que aumente os custos para o produtor, para que não faltem alimentos, deixando a população vulnerável a preços excessivos ou desabastecimento”.

Tecnologias

O secretário de Inovação do Ministério da Agricultura, Cleber Soares, lembrou que, graças às tecnologias incorporadas ao setor produtivo, o país deixou de ser um tradicional importador de alimentos para se tornar um dos maiores exportadores mundiais, com um sistema sustentável, preservando mais de 60% do território nacional com vegetação original, dos quais mais de 30% nas propriedades rurais.

“Com o passar dos anos, técnicas como a agricultura de baixa emissão de carbono, Integração lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), fixação biológica de nitrogênio, entre outras, fizeram com que o país tivesse uma agropecuária cada vez mais adaptativa e descarbonizada”, ressaltou Soares.

Sustentabilidade

Já a diretora de Clima, Natureza e Energia na Embaixada do Reino Unido, Bruna Cerqueira, destacou a liderança do Brasil em projetos de agricultura de baixo carbono.

Os representantes da National Farmers Federation da Austrália (NFF), Michele Macdoch, e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (EUA), Jeremy Adamson. falaram sobre projetos de sustentabilidade implantados em seus países para conciliar a produção e a preservação ambiental. Além disso, defenderam o diálogo e a necessidade de parcerias entre os países sobre a questão da segurança alimentar de forma sustentável.

Fonte: CNA
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