Os convidados e os temas
O presidente Antonio Alvarenga, anfitrião do encontro, recebeu Márcio Fortes, Roberto Fendt, Rubem Novaes, Tito Ryff, Francisco Villela, Thomas Tosta de Sá, Túlio Duran, Hélio Sirimarco, Paulo Medeiros de Tarso, Antonio Meirelles, Rui Otávio Andrade, Leonardo Alvarenga, Antonio Carlos da Silveira Pinheiro e Sra. Ignêz Lopes, como convidada.
Os presentes ouviram uma versão resumida da palestra que Rubem Novaes proferiu em 17 de outubro na Confederação Nacional do Comércio, na qual ele fez um balanço de sua própria trajetória na vida pública, lembrando dos principais acontecimentos que testemunhou e impressões sobre o momento atual das esferas política, econômica e cultural do país. Sua manifestação serviu de eixo temático para os pronunciamentos seguintes.
Comentários e impressões
A explanação de Novaes foi bastante elogiada. Tito Ryff, por sua vez, destacou a forte polarização política dos últimos anos, ressalvando que as forças armadas tiveram o seu prestígio arranhado pela adesão ideológica de alguns de seus quadros, ainda que permaneça, como instituição, sólida e inspiradora de confiança. Ele ressaltou que o fenômeno de atrito entre poderes, observado atualmente no Brasil, se repete em outros países, dando como exemplo os EUA.
Thomas Tosta, ao ter a palavra, salientou que a causa das crises é a má aplicação do modelo capitalista, o melhor dos arranjos econômicos. Reforçou que a proteção do capital ambiental é muito importante para o bom andamento dos negócios, além do capital humano e do capital financeiro. Tosta disse ainda que, de acordo com uma tese dele próprio, o “capitalismo solidário” contemplaria uma melhor harmonia entre esses três pilares, com distribuição dos lucros e alocação dos ativos de cada empreendimento.
Já Paulo de Tarso expressou discordância em alguns pontos, frisando que o processo de desmoralização da política foi danoso para o país, criando um ambiente de escândalos midiáticos que dificultou, até hoje, a relação entre Congresso e Executivo. Para ele, o STF de fato atua em excesso, mas órgãos como PGR são, em contrapartida, omissos, gerando em desequilíbrio que não é salutar.
Roberto Fendt, por sua vez, defendeu que o Parlamento é o retrato fiel do eleitorado, que o elege num regime democrático, calcado em sua vontade. É legítimo que não se curve sempre ao chefe do Executivo. Fendt observou também a discrepância entre a austeridade da máquina pública em países que visitou, em comparação com a opulência da infraestrutura e privilégios de Brasília, aspecto que Rubem Novaes havia destacado em sua preleção.
Outras manifestações se seguiram, e os presentes também externaram seu agradecimento ao presidente Antonio Alvarenga pela oportunidade do encontro e do rico debate travado, tendo em vista que os convidados trilharam fecundas trajetórias acadêmicas e profissionais, com destacada atuação nas esferas pública e privada.
Olhando para o futuro
Com otimismo, todos concordaram que a SNA exerce forte protagonismo na defesa do agronegócio e representa um ponto de convergência no cenário atual, em que os entes de projeção nacional tentam superar anos recentes de grandes desafios, tais como polarização política, pandemia e demais fatores que testaram o vigor da economia.
Leonardo Alvarenga finalizou as discussões com uma breve atualização sobre as atividades do SNASH, polo de startups da SNA, cada vez mais focado no fomento a iniciativas que prezem pela sustentabilidade, buscando a qualidade dos alimentos, energia de fontes renováveis e técnicas de prevenção a fatores de risco na agricultura, tais como incêndios em meio à nova realidade de condições climáticas extremas. A SNASH congrega, atualmente, cerca de 100 projetos em seu portfólio.
Por Marcelo Sá, jornalista/editor