Agentes do setor tritícola nacional estão tentando entender e absorver os impactos atuais e futuros da guerra entre Rússia e Ucrânia sobre os mercados de grãos e cereais. No caso do trigo, os dois países estão entre os maiores produtores mundiais, mas com relevância ainda mais expressiva na oferta de excedentes para transações externas.
Diante disso, os preços internacionais do cereal estão apresentando reações expressivas, o que, certamente, devem trazer reflexos sobre os valores de negociação no Brasil e em países vizinhos ao longo das próximas semanas.
No Brasil, por um lado, produtores entendem que as reações positivas de preços podem ser um fator atrativo para a nova safra, a ser cultivada a partir de abril e maio. Porém, há preocupações com a disponibilidade de insumos, em especial os fertilizantes.
Por outro lado, moinhos seguem atentos às expressivas reações de preços em bolsas de futuros e mesmo na Argentina, o que deverá elevar o custo da importação brasileira.
Por enquanto, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) observa que os preços no mercado doméstico ainda não foram influenciados pela alta internacional, mas estes devem seguir sustentados pelo conflito e pela moeda norte-americana, que voltou a se valorizar.
Dados do Cepea mostram que, no Rio Grande do Sul, os preços subiram 1,45% entre os dias 23 de fevereiro e 2 de março, fechando a R$ 1.605,79/tonelada, enquanto no Paraná os preços registraram leve queda de 0,60% no mesmo período, para R$ 1.711,21/tonelada nessa quarta-feira (2).
Fonte: Cepea