Condições climáticas impactam os cultivos da 2ª safra e de inverno 2023/2024

As regiões Norte, Nordeste e Sul tiveram os maiores volumes de precipitação nas primeiras semanas de junho – Imagem de frimufilms no Freepik

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Grupo de Monitoramento Global da Agricultura (Glam), divulgaram recentemente um Boletim de Monitoramento com informações sobre as condições agrometeorológicas e a interpretação do comportamento das lavouras. A análise considerou os cultivos de verão e inverno – safra 2023/2024, durante o período de 01 a 21 de junho de 2024.

As regiões Norte, Nordeste e Sul tiveram os maiores volumes de precipitação nas primeiras semanas de junho. Essas chuvas contribuíram para o desenvolvimento do feijão e do milho terceira safra na região do Sealba (Sergipe, Alagoas e Bahia). Entretanto, dificultaram a implantação e o estabelecimento do trigo no Rio Grande do Sul.  No restante do país, o tempo seco predominou, favorecendo a maturação e a colheita do algodão e do milho segunda safra, mas restringindo o desenvolvimento do milho em estágio reprodutivo e do trigo em diferentes fases.

Milho Primeira Safra

Rio Grande do Sul: a colheita está praticamente finalizada. Em razão da priorização dos produtores em concluir a colheita da soja, muitas lavouras de milho que estavam em maturação foram impactadas pelo excesso de chuvas que resultaram em germinação de grãos na espiga e ocorrência de micotoxinas, comprometendo a qualidade dos grãos.

Minas Gerais: a colheita foi finalizada e as condições climáticas foram favoráveis à cultura.

Bahia: o tempo seco permitiu a evolução da área colhida no extremo Oeste, proporcionando boa qualidade aos grãos.

Piauí: o clima estável favoreceu a finalização da colheita na região do Cerrado.

Maranhão: a colheita está finalizada na região de Balsas e progride nas demais regiões. As precipitações, mesmo em baixos volumes, favoreceram as lavouras semeadas tardiamente no Noroeste do estado.

Milho Segunda Safra

Mato Grosso: a colheita avança favorecida pelo tempo seco e quente. A qualidade dos grãos é considerada boa e as produtividades estão dentro das estimativas iniciais.

Paraná: a redução das precipitações prejudicou o desenvolvimento das lavouras semeadas tardiamente, principalmente nas regiões Norte e Noroeste do estado, que estavam em enchimento de grãos.

Mato Grosso do Sul: as baixas precipitações não foram capazes de reverter as perdas produtivas devido às condições climáticas ocorridas nos meses anteriores. Em muitas áreas das regiões Sul e Sudoeste, as perdas serão totais.

Goiás: a colheita evoluiu no Sudoeste e verificam-se boas produtividades e boa qualidade de grãos. Áreas semeadas com atraso nas demais regiões foram afetadas pela restrição de precipitações e o seu potencial produtivo foi reduzido.

Minas Gerais: a falta de precipitações prejudicou o potencial produtivo de grande parte das lavouras, principalmente das semeadas após a segunda quinzena de março.

São Paulo: a irregularidade das precipitações, aliada a períodos de altas temperaturas, afetou o desenvolvimento e o potencial produtivo.

Bahia: a falta de chuva e alta luminosidade limitaram o desenvolvimento das lavouras de segunda safra em manejo de sequeiro e comprometeram o potencial produtivo das lavouras.

Maranhão: as lavouras estão no início da colheita na região de Balsas e apresentam danos e redução de produtividade prevista inicialmente, em razão da falta de chuvas e por ataques de pragas.

Pernambuco: as lavouras apresentam, majoritariamente, bom potencial produtivo e estão em estágio de maturação e início de colheita.

Piauí: a ausência de precipitações prejudicou as lavouras em fases críticas da cultura, impactando o potencial produtivo em toda a região produtora.

Tocantins: a colheita está evoluindo em todo o estado, favorecida pelo clima quente e seco. As produtividades variam conforme a época de plantio, sendo que as semeadas tardiamente foram afetadas pelos efeitos da redução das precipitações.

Pará: a redução das chuvas permitiu o avanço na área colhida nas regiões da BR-163 e de Redenção e verificam-se boas produtividades. No polo de Paragominas, a redução das chuvas provocou perda do potencial produtivo nas lavouras mais tardias. Na região intermediária de Santarém, as precipitações frequentes favoreceram as lavouras em florescimento e enchimento de grãos.

Milho Terceira Safra

Bahia: as lavouras apresentam bom desenvolvimento, beneficiadas pelas precipitações regulares e estão, majoritariamente, em desenvolvimento vegetativo.

Alagoas: o plantio foi finalizado e a maioria das lavouras está em desenvolvimento vegetativo. As condições das lavouras são boas devido às condições climáticas favoráveis.

Sergipe: o plantio está em progresso e as lavouras apresentam bom desenvolvimento.

Pernambuco: as precipitações ocorreram com mais regularidade e melhor distribuição. Estas condições têm favorecido o desenvolvimento vegetativo da cultura.

Trigo

Rio Grande do Sul: o clima instável provocou interrupções da semeadura, além de ter prejudicado a germinação e emergência. Contudo, cerca de 43% da área total prevista está semeada.

Paraná: o plantio está próximo da conclusão, restando semear nas regiões Central e Norte. No geral, as lavouras apresentam boas condições. A maioria das lavouras está em emergência e desenvolvimento vegetativo e as primeiras lavouras iniciaram o estágio de enchimento de grãos.

Goiás: a semeadura foi concluída e as lavouras de plantio mais precoce, na região Leste, iniciaram a colheita. Verificam-se bons resultados quantitativos e qualitativos. As lavouras mais tardias estão sendo impactadas pela ausência de chuvas, especialmente nos estágios de floração e enchimento dos grãos.

Minas Gerais: o plantio foi finalizado e a colheita iniciada nas lavouras de sequeiro. Estas lavouras têm seu potencial produtivo reduzido devido às altas temperaturas, à restrição hídrica e a incidência pontual de brusone, principalmente, em áreas do Triângulo Mineiro. Nas lavouras irrigadas, o desenvolvimento tem ocorrido em ótimas condições, mantendo o bom potencial produtivo.

Santa Catarina: a semeadura iniciou, favorecida pela melhora nas condições climáticas em praticamente toda região Meio-Oeste do estado, com exceção daquelas localizadas na região de Campos Novos, onde a semeadura também é mais tardia. As lavouras recém-semeadas apresentam bom estande e boa fitossanidade.

São Paulo: o plantio foi finalizado e, de maneira geral, as lavouras mostram bom desenvolvimento, embora haja registros pontuais de ataque de lagarta e danos foliares relacionados às altas temperaturas. A maioria das lavouras está em fase de perfilhamento.

Mato Grosso do Sul: a semeadura está concluída e as lavouras estão entre as fases de desenvolvimento vegetativo e enchimento de grãos. A restrição hídrica tem prejudicado muitas áreas produtoras e observa-se desuniformidade no estande de plantas.

Bahia: o plantio foi finalizado e as lavouras estão em bom desenvolvimento, favorecidas pela alta luminosidade e baixas temperaturas noturnas.

Por Larissa Machado
Com informações da Conab, Inmet e Glam

 

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