Com trégua entre EUA e China, indústria do Brasil foca no esmagamento de soja

A diminuição nas compras de soja do Brasil pela China fez com que algumas tradings deslocassem parte dos seus estoques para o processamento do grão.

Segundo relatório divulgado nesta sexta-feira (20/9), pela consultoria Informa Economics, o aumento da demanda doméstica por derivados da oleaginosa e a possível alta do biodiesel, influenciada pelo ataque em petrolíferas na Arábia Saudita, alimentaram as expectativas das indústrias quanto à recomposição de suas margens operacionais.

Nesta semana, os preços da soja negociada no mercado à vista caíram, mesmo que apenas nominalmente, por influência da paridade com o mercado norte-americano. O recuo dos prêmios e a queda da Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) se sobrepuseram à alta do dólar.

“A incidência de novos negócios foi baixa, pois a ponta vendedora, na maioria dos casos, insiste em prêmios semelhantes aos do início do mês, quando o restabelecimento da corrente comercial entre Estados Unidos e China ainda não havia sido confirmado”, informou a consultoria em documento. Com isso, as indústrias foram as principais compradoras, mas de volumes menores.

Enquanto isso, as cotações dos contratos com vencimento em março, abril e maio do próximo ano safra vão subindo e se alinhando aos praticados no mercado spot (à vista). “A dificuldade inicial no plantio da oleaginosa, representada pela ausência de chuvas e excesso de calor em estados-chave para produção nacional, certamente impulsiona esses referenciais”, relatou a Informa Economics.

Preço da soja sobe até R$ 2,00 na semana, mas poucos negócios acontecem

Já o mercado brasileiro de soja teve uma semana de poucos negócios e de preços mistos. Apenas na quinta-feira houve maior movimentação, com os produtores aproveitando a firmeza de Chicago e do dólar para negociar. As atenções se voltam para o preparo do solo e o início do plantio da nova safra.

Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 81,00 na última sexta-feira (13/9), para R$ 82,00 nesta semana. Em Cascavel (PR), a saca subiu de R$ 79,50 para R$ 81,50. No Porto de Paranaguá, a cotação avançou de R$ 85,00 para R$ 87,00.

Em Rondonópolis (MT), a saca recuou de R$ 78,00 para R$ 77,50. Em Dourados (MS), o preço aumentou de R$ 77,50 para R$ 78,00. Em Goiás, na região de Rio Verde, a cotação estabilizou na casa dos R$ 78,00.

Depois da forte alta da semana anterior, os contratos futuros recuaram na Bolsa de Chicago (CBOT), com movimento de realização de lucros e pela previsão de clima favorável para o desenvolvimento das lavouras americanas. O vencimento novembro registrou alta de 0,64%, fechando ontem cotado a US$ 8,93 por bushel.

O dólar comercial fechou em alta de 1,50%, cotado a R$ 4,1642 na quinta-feira. O mercado teve uma semana tensa no exterior, com a definição das taxas de juros básicas nos Estados Unidos. A negociação comercial entre China e Estados Unidos também mereceu atenção especial.

O terceiro ponto para a formação dos preços, os prêmios de exportação, recuaram. Para fevereiro, o prêmio é de US$ 0,35 a US$ 0,45 acima da cotação de Chicago. Sinais de que China e Estados estão avançando nas negociações pesaram. Na semana que passou, a China comprou 720.000 toneladas no mercado americano.

 

Canal Rural/Agência Safras

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