O leilão para a construção da Ferrogrão, ferrovia projetada para ligar o porto de Mirituba, no Pará, ao município de Sinop, no Mato Grosso, deve levar ao menos 10 anos para ocorrer, disse nesta quinta-feira o Secretário-Executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, que apontou que os estudos para a obra estão defasados.
Os estudos para a construção da ferrovia, apontada como crucial para escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste para os portes da Região Norte, haviam sido suspensos por decisão do Supremo Tribunal Federal e somente no início deste mês o ministro Alexandre de Moraes, do STF, atendeu pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e autorizou a retomada dos processos de construção da Ferrogrão.
“A gente reverteu (a decisão do STF) para poder atualizar os estudos. Os estudos estão muito desatualizados. Financeiramente eles estão com valor de R$ 13 bilhões, se a gente só atualizar monetariamente, ele já vai a quase R$ 30 bilhões. Tem que voltar a campo para verificar se as condições geológicas e ambientais permanecem, parece que não são as mesmas de 10 anos atrás”, disse Santoro em entrevista coletiva a correspondentes estrangeiros em São Paulo.
“Até a gente conseguir atualizar os estudos, botar este edital para a rua, conseguir resolver os entraves ambientais e este projeto estar pronto, vamos colocar aí, em uma hipótese bem otimista, 10 anos”, disse.
Enquanto isso, disse o Secretário, o governo vai trabalhar para melhorar as condições da BR-163, que também passa na região e também é relevante para o escoamento da produção agrícola.
A rodovia é parte de uma série de outras estradas cujos contratos de concessão o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende alterar e, para isso, aguarda um julgamento do Tribunal de Contas da União (TCU), marcado para 21 de junho.