Com custo 30% menor, cabotagem ganha espaço no mercado de transporte

As empresas de cabotagem cresceram no último ano e devem ganhar cada vez mais espaço no mercado. Isso vem ocorrendo porque a criação da tabela do frete encareceu o transporte terrestre, em muitos casos, inviabilizando o transporte de grãos mais baratos, como o milho, que é indispensável ao setor pecuário.

Para o diretor de relações institucionais da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ariel Mendes, a criação da tabela de preços mínimos para o frete teve reflexo no bolso dos produtores. “Houve um impacto muito forte em nosso setor. Para nossas empresas esse aumento de custo chega a ser mais de 30%”, disse.

A crise e o frete mais caro levaram o mercado a “descobrir” a navegação de cabotagem, isto é, o transporte de mercadorias de um porto a outro, no mesmo país, sem perder a costa de vista.

No litoral paulista, um terminal da empresa Santos Brasil registrou aumento de 42% na demanda em 2018 e bateu recordes de operação a cada mês. A companhia tem outras duas unidades, uma em Santa Catarina e outra no Pará.

A Santos Brasil investiu cerca de R$ 44 milhões nas três unidades, uma prova de que o setor está apostando alto e se preparando para atender um grande mercado. “O Brasil tem um mercado potencial que é possível multiplicar por sete. Nós acreditamos que o crescimento da cabotagem se dará de forma acentuada”, afirmou Danilo Ramos, diretor comercial da empresa.

O custo logístico é um dos fatores atrativos do ramo. “O custo é aproximadamente 30% menor do que o do transporte terrestre. Essa é a principal vantagem, que alavancou a transição do modal rodoviário para o marítimo”, disse Ramos.

Até o momento, o diretor da Santos Brasil calcula que o aumento registrado no transporte marítimo eliminou a necessidade de 1.000 viagens rodoviárias. “O que representa 1.000 chances a menos de sofrer com a insegurança nas entradas”.

“Existe uma insegurança muito grande com assaltos nas estradas. Sem contar a falta de infraestrutura, os acidentes e a questão dos seguros, que são caros”, afirmou Ariel Mendes, da ABPA.

 

Canal Rural

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