Cocho móvel ecológico é mais vantajoso para pecuaristas

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Cochos-trenó feitos de plástico (foto 1) imitam o aspecto da madeira (detalhe 2) e são facilmente transportados por tratores (3) ou por animais de tração. Embora seja mais caro, o ecológico ou de eucalipto dura mais em relação aos de tábuas comuns (4). Fotos: Embrapa Pecuária Sudeste. Montagem: Equipe SNA/RJ

 

Quando há deficiência nas pastagens e a necessidade de complementar a dieta de bois, vacas e novilhos, os pecuaristas costumam oferecer a suplementação alimentar para garantir a saúde dos animais. Para facilitar o trabalho, eles instalam cochos de madeira, no lugar de alvenaria, para o arraçoamento do rebanho, principalmente por causa do custo e da facilidade de deslocamento pela propriedade rural.

O problema está no fato de que, geralmente, é usada madeira (tábuas comuns), material que facilmente se deteriora por causa do contato com o esterco e com a urina do gado, além da lama que pode se acumular ao redor. Com o passar do tempo, fica difícil manter a higiene destes locais. É o que destaca o engenheiro agrônomo e pesquisador André Pedroso, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Pecuária Sudeste.

“O cocho-trenó de madeira não é uma ideia original da Embrapa. Ele existe desde 1994. No entanto, percebemos que poderia ser adaptado e melhorado para durar mais tempo. Antigamente, o trenó era arrastado apenas por um suporte ou tocos de madeira ou até mesmo com rodas de carros, que costumavam enferrujar facilmente. Com os esquis que adaptamos, o cocho fica elevado, sem contato com o solo, é mais durável e mais ágil de descolar”, destaca Pedroso.

De acordo com o pesquisador, com o comedouro móvel, o esterco e a lama não se acumulam ao seu redor.

“O criador pode espalhar aquele esterco que fica em torno do cocho para qualquer lugar da fazenda. Com o de alvenaria fixo, por exemplo, ele tem de fazer o manejo correto em relação à limpeza.”

Há alguns anos, o modelo ganhou uma versão de plástico reciclado, bastante resistente, produzido na Fazenda Esperança, no município de Guaratinguetá (SP). A unidade é ligada à Igreja Católica e contou com suporte voluntário da Embrapa Pecuária Sudeste.

Segundo a assistente administrativa do local, Margaret Peixoto, além dos funcionários que operam a máquina que recicla o plástico, 120 internos por dependência química trabalham na separação do material e na montagem do cocho ecológico.

“Recebemos doações de plásticos de empresas localizadas em São Paulo, como a Johnson&Johnson e a Basf. Somente para setembro, já temos a encomenda de 70 cochos-trenós reciclados e os pedidos só têm aumentado, conforme nosso trabalho vem sendo divulgado”, conta Margaret.

A Fazenda Esperança já comercializou cerca de 800 cochos-trenós reciclados e, portanto, ecológicos, para mais de 60 propriedades rurais, em vários Estados do Brasil.  Para obter mais informações, basta entrar em contato pelo e-mail guará.m@fazenda.org.br.

 

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Cocho-trenó de madeira ou de madeira plástica pode ser usado para rebanhos de gado de corte e de leite, especialmente em pastagens mais extensas, informa o pesquisador André Pedroso, da Embrapa Pecuária Sudeste. Foto: Divulgação

 

COMO É FEITO

O cocho-trenó de madeira, segundo o agrônomo da Embrapa Pecuária Sudeste,  é construído sobre duas vigotas que viram uma espécie de esqui, o que facilita seu deslocamento (para rebocá-lo, basta utilizar um trator ou um animal de tração). Com o formato de esqui, a madeira não entra em contato com o solo.

De acordo com Pedroso, o madeiramento recebe um reforço para que o cocho dure mais tempo ao contato dos próprios animais, por sua movimentação de um lado para outro e pelas ações climáticas, como a exposição ao sol e à chuva.

Para ajudar ainda mais na manutenção dos chochos-trenós, a Embrapa costuma construir os esquis (ou pranchões) com madeira de eucalipto (veja todos os materiais necessários no quadro abaixo). Eles levam ainda uma aplicação de um selador tipo Neutrol.

Conforme Pedroso, seu deslocamento deve ser feito passando-se um cabo resistente pelas argolas colocadas especialmente para esta finalidade, arrastando-o com o trator ou animal de tração, de forma bem lenta, no sentido do comprimento.

Para que dure, é bom evitar arrastá-lo pela lateral. E, caso necessite levá-lo para locais mais distantes, basta carregá-lo em um caminhão ou carreta. Para todos os detalhes, acesse http://ow.ly/Bwxa2.

 

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UTILIDADE

O cocho-trenó pode ser usado para rebanhos de gado de corte e de leite, especialmente em pastagens mais extensas. No período de chuvas, o pecuarista deve mudá-lo de local a cada três ou quatro dias. Em tempos mais secos, a troca pode ser realizada a cada dez ou até 15 dias, conforme o clima e o número de animais no rebanho.

Pedroso ainda informa que cada cocho-trenó, com as medidas propostas pela Embrapa Pecuária Sudeste, tem capacidade para alimentar 12 vacas ou 15 a 20 novilhos.

Apesar de ser um pouco mais caro em relação aos cochos mais primitivos – o preço médio do comedouro feito de madeira eucalipto gira em torno de 800 reais -, o agrônomo destaca que compensa optar por ele por causa do custo-benefício, já que oferece mais durabilidade e condições para melhor higienização.

 

Por equipe SNA/RJ

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