As frutas e hortaliças produzidas no Brasil são seguras e devem ser consumidas por toda a população, garantiram especialistas durante a primeira live da campanha “Frutas e Hortaliças – Por que comer mais?”.
A iniciativa é uma realização da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura no Brasil (FAO) no Brasil.
No debate online, que teve como tema “Frutas e hortaliças são alimentos seguros”, o diretor técnico adjunto da CNA, Reginaldo Minaré, afirmou que o Brasil produz hortifrúti de Norte a Sul, garantindo a disponibilidade de alimentos em supermercados, varejos e feiras.
“A população tem confiança de comprar o produto e levar para casa ou consumí-lo em restaurantes. É muito importante manter e consolidar cada vez mais essa cadeia de confiança entre consumidor e produtor”, disse o diretor.
Em sua palestra, o presidente do Códex Alimentarius, Guilherme Costa, explicou o funcionamento do código, que reúne uma série de regras, diretrizes e práticas a respeito à segurança alimentar, com o objetivo de proteger a saúde do consumidor.
Desafio
Guilherme também destacou o desafio do mundo em alimentar cerca de 10 bilhões de pessoas em 2050, segundo estimativa da FAO.
“Quando pensamos nesse desafio, a primeira preocupação é com a segurança do alimento, disponibilidade e quantidade suficiente para fornecer. Mas também temos de pensar em como esses alimentos serão transferidos das áreas de produção até o comércio”, disse.
Para o Presidente do Códex, o Brasil produz frutas e hortaliças com segurança e tem espaço para crescer no comércio internacional, mas os setores público e privado devem trabalhar em parceria para enfrentar os desafios junto à cadeia produtiva.
Boas práticas
O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Guilherme Leal, falou sobre regulação, monitoramento e fiscalização para a segurança dos alimentos vegetais.
“De forma geral, o agricultor deve dispor de insumos adequados para o manejo fitossanitário e esses insumos devem ser usados de forma correta”, disse.
“Também deve existir rastreabilidade e corresponsabilidade ao longo da cadeia produtiva, monitoramento da conformidade, feito por atores privados e pelo estado, e ações de comando e controle para coibir não conformidades”, complementou Leal.
Segundo ele, as hortaliças e frutas brasileiras são seguras, mas é importante ampliar a assistência técnica qualificada, massificar a adoção de boas práticas agrícolas e aumentar a disponibilidade de insumos de baixo impacto, como contribuição para a produção de alimentos seguros.
Normas
Já o gerente geral de Toxicologia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Carlos Alexandre, citou algumas normativas que envolvem os setores de frutas e hortaliças, como a INC nº 1/2014, que trata das exigências para o registro dos agrotóxicos, seus componentes e afins para culturas com suporte fitossanitário insuficiente, bem como o Limite Máximo de Resíduos permitido.
Alexandre também falou da INC nº 2/2018, do Mapa e da Anvisa, que apresenta as diretrizes para a aplicação da rastreabilidade na cadeia produtiva de vegetais destinados à alimentação humana.
“A normativa possibilita identificar devidamente o produto vegetal e o fornecedor, facilita o fluxo de informação do produtor para o consumidor e vice-versa, além de garantir diferenciação mercadológica, melhoria da qualidade e diminuição e perdas”, afirmou o representante da Anvisa.
Questões
Ele ressaltou ainda que algumas questões são fundamentais para a cadeia de produção e distribuição, visando à segurança e à qualidade, e citou como exemplos o trabalho em conjunto entre os diferentes entes da cadeia de produção e distribuição; a concentração em estratégias de ganhos em longo prazo ao invés de ganhos em curto prazo; o fortalecimento dos laços comerciais e o consumidor como foco principal.
Fonte: CNA
Equipe SNA