O Valor Bruto da Produção (VBP) do setor agropecuário em 2014 será de R$ 456,3 bilhões, alta de 6,3% em relação ao ano passado, segundo estimativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Este aumento de faturamento bruto da atividade “da porteira pra dentro” será impulsionado principalmente pela expectativa de produção recorde de grãos e fibras na safra 2013/2014, que deve superar 190 milhões de toneladas, “apesar da instabilidade climática verificada desde o final de 2013”, e pelo desempenho da pecuária.
Segundo o levantamento técnico da CNA, o VBP da agricultura deve totalizar R$ 294,8 bilhões, crescimento de 7% na comparação com 2013, puxado pela soja, cujo faturamento deve subir 10,1%, chegando a R$ 96,3 bilhões. A produção da oleaginosa para esta safra está estimada 86,1 milhões de toneladas, 5,6% a mais do que na safra anterior. Outros produtos que devem ter faturamento elevado são o arroz (25,7%), café (23,4%) e o algodão (15%).
Em relação ao milho, houve decréscimo de 10,5% na estimativa de faturamento frente ao ano anterior, e o VBP do cereal deve ficar em R$ 34,43 bilhões. A redução de 7,4% da produção e a volatilidade nos preços frente às condições climáticas desfavoráveis fizeram com que o rendimento do setor recuasse. Entretanto, ressalta a CNA, “a expectativa é que os agricultores tenham boas oportunidades de negociação para a produção de milho e que os preços tendem a ficar mais firmes do que o ano passado”.
Para a pecuária, estima-se um VBP de R$ 161,56 bilhões em 2014, 5% a mais do que em 2013. O desempenho deste segmento será puxado pela carne bovina, que deve ter faturamento de R$ 71,84 bilhões, alta de 8,7% na comparação com o ano passado, em decorrência da restrição de oferta, que tem sustentado os preços. “Os preços seguem a tendência altista, verificada ao longo dos últimos meses em decorrência da oferta restrita, resultado da dificuldade para recuperação das pastagens devido à seca e, consequentemente, da dificuldade de engorda dos animais”, explica o estudo técnico da CNA.
O segmento da carne suína deve ter aumento de 4,4% neste ano, totalizando R$ 14,74 bilhões. De acordo com a CNA, a alta se justifica pela projeção de recuo de 2% na produção, restringindo a oferta de animais, e pela demanda interna firme, o que sustentará a alta dos preços do animal vivo e da carne. “Além disso, a retomada das exportações vem se confirmando, o que pode reforçar os aumentos nos valores praticados no mercado doméstico”, diz o levantamento.