CNA entrega ao governo documento com prioridades para a COP 26

 

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entregou ao governo, nesta terça-feira, o posicionamento do setor agropecuário para a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), que ocorrerá de 1º a 12 de novembro em Glasgow, na Escócia.

O documento completo com o posicionamento foi entregue pelo presidente da CNA, João Martins, ao ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite, ao secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, e ao chefe da Área de Mudança do Clima do Itamaraty, André Maciel.

Na cerimônia virtual, o presidente da CNA, João Martins, afirmou que o documento entregue aos negociadores brasileiros que estarão na COP-26 “não traz apenas palavras e sugestões, mas a sustentabilidade da produção agropecuária brasileira”.

Segundo ele, “é o compromisso dos produtores rurais em alinhar produção e preservação e a intenção de seguir buscando a ciência para dar as respostas que o mundo precisa para superar os desafios das alterações do clima”.

Metas

O presidente da CNA disse que o País excedeu suas metas voluntárias de emissão de carbono e o agro, ciente da sua responsabilidade, apostou em tecnologias sustentáveis e na regularização ambiental para contribuir com as metas nacionais.

Por meio do Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC), foram 52 milhões de hectares implantados, evitando a emissão de 170 milhões de toneladas de carbono.

Ele lembrou que o setor promoveu, também, ampla adesão ao cumprimento do novo Código Florestal, com cerca de sete milhões de cadastros, que representam 540 milhões de hectares, dos quais 55% estão prontos a se regularizar, no caso de passivo frente à lei.

Consolidação

Assim, completou o presidente da CNA, pela importância da atividade agropecuária nas metas nacionais de redução de emissão de carbono, faz-se necessário o conhecimento do tema por parte daqueles que irão levar as posições brasileiras ao acordo mundial.

“Dessa forma, será possível consolidar um posicionamento consistente, viável e positivo na visão dos produtores rurais”. Ainda de acordo com Martins, o segmento rural se mostra pronto a responder ao desafio de cumprir a sua parte no alcance das metas brasileiras, somando-se ao esforço mundial.

Compromisso

Neste contexto, afirmou Martins, a CNA, que estará representada na COP-26, mostrará ao mundo ações para a redução das emissões de carbono na agropecuária e o compromisso do setor de seguir “mitigando, adaptando e contribuindo para agregar cada vez mais sustentabilidade aos nossos produtos”.

“Nossos produtores rurais querem abrir suas porteiras para que o mundo conheça a sustentabilidade dos nossos sistemas produtivos. Queremos compartilhar nossos bons exemplos e qualificar a discussão sobre segurança alimentar com base na ciência, pois foi ela que nos permitiu chegar até aqui”, afirmou o executivo. “E, certamente, será ela que continuará norteando os nossos passos, em busca da neutralidade das emissões.”

Serviços ambientais

Já o ministro do Meio Ambiente e chefe da delegação brasileira que estará na Conferência em Glasgow, Joaquim Leite, falou sobre a importância de o País mostrar um posicionamento claro no encontro e destacou o papel do agro na prestação de serviços ambientais – aspecto que precisa ser mostrado na conferência. Segundo o ministro, a conservação da floresta nativa dentro das propriedades rurais faz com que o setor seja sustentável.

Leite também disse que o governo vai priorizar o licenciamento de projetos verdes no País, que estarão comprometidos com a neutralidade de emissão de carbono até 2050, com a conservação de vegetação nativa em todos os biomas brasileiros e com o uso racional dos recursos naturais.

“É bastante importante ter esses componentes para a geração de empregos. Isso já vem sendo feito na atividade rural. E a agricultura deverá ajudar na redução da emissão de gases de efeito estufa”, complementou o ministro.

Mensagem positiva

Para o chefe da Área de Mudança do Clima do Ministério das Relações Exteriores (MRE), André Maciel, o  documento da CNA aborda importantes pontos das negociações, o que ajudará a delegação a levar uma mensagem positiva sobre a real sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

O representante do Itamaraty também destacou o trabalho feito pelo agro para aumentar sua produtividade e se descarbonizar. Outro ponto fundamental na sua avaliação foi a preocupação da CNA com a questão dos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL). Além disso, ele defendeu mais debates sobre a questão da transição energética.

Soluções

Já a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que o Brasil terá um papel chave como portador de soluções para o enfrentamento das mudanças do clima e que a COP-26 será uma oportunidade para mostrar os compromissos do agro brasileiro com a temática, sendo um segmento com ampla capacidade de promover a descarbonização.

Segundo a ministra, esta é uma questão a qual todos devem estar atentos, mas olhando também a questão da segurança alimentar, que não pode ser comprometida. “Estamos na última década para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e o Brasil terá papel fundamental como solução”, ressaltou.

Acordo de Paris

O Acordo de Paris cria oportunidades e obrigações para o setor agropecuário que, ciente do seu papel, emprega esforços para cumprir as metas impostas. O documento da CNA e a participação da entidade na COP 26 fazem parte desses esforços.

Destaques

No posicionamento, a CNA reitera o compromisso do produtor rural com a redução das emissões de gases de efeito estufa por meio da adoção de tecnologias de baixa emissão de carbono e boas práticas agrícolas e pede que a comunidade internacional reconheça, como ações antecipadas de mitigação, os esforços já realizados pelo setor.

No documento, a Confederação destaca os cinco temas que, para o setor, são os mais relevantes nas negociações do novo acordo climático na COP 26.

São eles: definições objetivas sobre o mercado de carbono; adoção do plano de ação, negociado em Koronívia, que trata da inserção da agropecuária frente ao Acordo de Paris; financiamento para que se cumpra o Acordo; adoção de mecanismos focados em “adaptação” e  produção e preservação pautadas pela ciência e pela legalidade.

Acesse aqui o documento completo da CNA.

 

 

Fonte: CNA

Equipe SNA

 

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