A Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou, na quinta-feira, uma reunião para discutir a reforma tributária e seus reflexos no setor sucroenergético, entre outros assuntos.
O coordenador do Núcleo Econômico da Confederação, Renato Conchon, apresentou as três principais propostas que estão em discussão no Congresso Nacional, a PEC 45/2019, a PEC 110/2019 e o PL nº 3887/2020, e destacou os impactos que cada uma delas irá trazer para o setor agropecuário.
Entre as consequências estão o aumento da carga tributária, alta dos custos de produção, exigência de mais capital de custeio e queda na rentabilidade das culturas. Além disso, os produtores rurais pessoas físicas passarão a ser contribuintes do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).
“Mudanças são necessárias e apoiamos a reforma, desde que ela simplifique e não aumente a carga tributária da sociedade e do setor agropecuário. As propostas atuais vão inviabilizar pequenos e médios produtores”, disse Conchon.
O tema está sendo tratado em lives e nas Comissões Nacionais da CNA para informar federações, sindicatos e produtores rurais e alertá-los sobre os prejuízos que o aumento de impostos causará na produção de alimentos no Brasil.
“Se realmente essa reforma passar, da maneira como está sendo proposta, será um impacto muito grande na economia brasileira. Não sei se teremos condições de enfrentar isso”, afirmou o presidente da Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar da CNA, Ênio Fernandes.
Durante a reunião também foram debatidos os Certificados de Descarbonização (CBios). Segundo Conchon, existem dúvidas sobre a tributação do documento e o principal receio é de uma bitributação, que seria paga pelas usinas e pelos produtores.
O encontro foi finalizado com uma apresentação sobre as perspectivas de mercado para açúcar e etanol na safra 2020/2021, feita pelo consultor da Stonex, Murilo Aguriar. Ele analisou pontos como produtividade, oferta e demanda mundial e exportações de açúcar.
Em relação ao etanol, foram avaliadas vendas, expectativa sobre o consumo de combustíveis e estoques finais, entre outros aspectos. O assessor técnico da CNA, Rogério Avellar, e integrantes da Comissão também participaram das discussões.
CNA