A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirmou nesta quinta-feira, durante o primeiro dia do Diálogo Brasil-China sobre Agricultura Sustentável, que a atividade agropecuária tem sido um pilar fundamental para o desenvolvimento sustentável do país.
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, e o ministro da Agricultura da China, Tang Renjian, abriram o evento. O presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA, Muni Lourenço, participou do painel sobre o tema “Práticas sustentáveis na agropecuária e ações corporativas”.
“O Brasil vem se destacando no cenário mundial como liderança agroambiental, conciliando produção de alimentos e conservação ambiental, graças à contribuição dos produtores rurais que produzem alimentos para abastecer a população brasileira e garantir a segurança alimentar mundial sem comprometer o meio ambiente”, afirmou Lourenço.
Modelo sustentável
Ele ressaltou que o Brasil construiu um modelo de produção agropecuária em harmonia com o meio ambiente, caracterizado pelo crescimento verticalizado e baseado no aumento da produtividade, com o uso de tecnologias sustentáveis.
Lourenço destacou também que o Sistema CNA tem mantido ações e projetos para fomentar as boas práticas agropecuárias. Na ocasião, citou o Plano Nacional de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) como um guia de fomento da agropecuária sustentável no Brasil e incentivo à adoção das tecnologias de baixa emissão de carbono, como Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), Sistema de Plantio Direto e Recuperação de Pastagens.
“O plano é coordenado pelo Ministério da Agricultura e preconiza a melhoria contínua da eficiência do uso dos nossos recursos naturais e aumento da resiliência dos sistemas produtivos agropecuários e também de comunidades rurais”, disse o representante da CNA.
Metas
Segundo ele, o agro brasileiro tem contribuído de forma significativa com a redução dos gases de efeito estufa, para que o País cumpra com sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) prevista no Acordo de Paris. As metas brasileiras incluem, entre outras ações, acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia, restaurar 12 milhões de hectares de florestas, implementar o Código Florestal e recuperar 15 milhões de pastagens degradadas até 2030.
“No entendimento da CNA, o produtor rural brasileiro é parte significativa da solução para o alcance das metas do Brasil no Acordo de Paris, uma vez que cumpre a legislação ambiental mais completa e rigorosa do mundo. A Convenção Quadro sobre meio ambiente da ONU reconhece que o Brasil pratica um modelo agrícola que conserva recursos naturais, intensifica a agricultura sustentável e se adapta às mudanças climáticas”, salientou Lourenço.
Intercâmbios e acordos
Além disso, o representante da CNA reforçou a importância do intercâmbio de experiências e tecnologias, para que o Brasil possa desenvolver uma estratégia que faça essas tecnologias chegarem aos pequenos produtores, além de “massificar a prática da produção sustentável no País”.
Ao longo do debate, os representantes da China apontaram a importância da sustentabilidade para a entrada de produtos brasileiros no país.
Ma Jun, presidente do Institute of Finance and Sustainability e moderador do painel, afirmou que financiamentos e acordos de cooperação também são bem-vindos para intensificar a produção agropecuária sustentável no Brasil e acrescentou que o tema entrará na pauta do Conselho Empresarial Brasil-China.
Evento
Realizado no formato virtual, o evento é promovido pelo Conselho Empresarial Brasil-China e Institute of Finance and Sustainability (IFS) e prossegue até sexta-feira. Participam do encontro representantes de governos, empresas e think tanks dos dois países, interessados em explorar potenciais formas de colaboração em finanças verdes, agricultura sustentável, biodiversidade e economia circular.
Fonte: CNA
Equipe SNA