O Sistema CNA/Senar promoveu uma live, nesta quinta-feira (16/7), para debater o bem-estar na suinocultura com integrantes da Comissão Nacional de Aves e Suínos da Confederação e especialistas.
“Discutir o bem-estar animal na suinocultura nesse momento é relevante, principalmente devido à pandemia, porque a cadeia tem perspectiva promissora de ganhar mercado nos próximos anos, tanto interno quanto internacional”, afirmou o presidente da Comissão Nacional de Aves e Suínos da CNA, Iuri Machado.
No debate mediado pela assessora técnica da Comissão da CNA, Ana Lígia Lenat, os participantes destacaram a importância de haver uma normativa específica para a suinocultura.
“Hoje o produtor entende que tem de evoluir cada vez mais nessas práticas para garantir mercado, mas uma norma servirá para dar parâmetros ao setor em se tratando da criação de suínos. O produtor sempre preza pelas boas práticas não só por uma questão humanitária, mas também pela performance dos animais”, disse Machado.
“Uma legislação virá para impulsionar a cadeia, auxiliar as associações, produtores e veterinários que sentem falta de ter um balizador que traga segurança jurídica, projeção internacional e acordos de comércio”, afirmou Charli Ludtke da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS).
Carolina Maciel, especialista em bem-estar animal, falou sobre como uma política nessa área pode ser uma oportunidade para a suinocultura brasileira. Ela mostrou as normas de alguns países que são grandes produtores de suínos como União Europeia, Estados Unidos e China.
“À medida que os estudos científicos foram evoluindo, houve uma compreensão em relação às necessidades físicas e biológicas dos animais e de que maneira os impactos da produção afetavam essas necessidades”.
“A partir daí começou uma mudança de paradigma para protocolos de bem-estar animal, com uma formulação mais específica, não apenas vedando, mas também prescrevendo algumas práticas, e trazendo um rol de obrigações do que fazer e não fazer”, disse Carolina.
Ela destacou que é necessário mudar a mentalidade de que o bem-estar animal é um risco para a atividade. “É uma oportunidade que traz segurança jurídica, acesso a mercados e atributo ético. O bem-estar beneficia todos, não apenas o animal, mas os produtores e o próprio país.”
Charli Ludtke, da ABCS, disse que a ABCS vem trabalhando a questão há bastante tempo. “O bem-estar é bom para o animal, para a granja e também para a saúde humana, porque estamos produzindo um alimento mais seguro, ao reduzirmos, por exemplo, o uso de medicamentos.”
Segundo os participantes, apesar do bem-estar animal não exigir grandes investimentos do produtor rural, quando a normativa para o setor for aprovada, será necessária a abertura de linhas de crédito específicas.
CNA