CNA debate alternativas de crédito para o agronegócio

Bruno Lucchi, superintendente da CNA, afirma que o agro deve buscar novas alternativas fora do crédito rural oficial, como o mercado de capitais. Foto: CNA/Divulgação.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, nesta terça-feira, do Uqbar Day, um fórum de discussão com órgãos reguladores, participantes do mercado e investidores sobre temas relacionados à securitização e ao mercado de capitais.

O superintendente técnico da Confederação, Bruno Lucchi, foi um dos debatedores do painel “Mercado de capitais: uma alternativa ao crédito subsidiado?”, ao lado do vice-presidente de Agronegócio e Governo do Banco do Brasil, João Rabelo, do diretor-executivo da Ecoagro, Moacir Teixeira, e do sócio de Fusões e Aquisições e Mercado de Capitais do Demarest Advogados, Thiago Giantomassi.

Lucchi destacou que o crédito tem um papel fundamental para manter o agronegócio brasileiro como potência mundial e disse que é necessário buscar novas alternativas fora do crédito rural oficial, entre elas o mercado de capitais.

Ambiente regulatório

O superintendente da CNA entende que houve avanços para reduzir a burocracia e fomentar o desenvolvimento do mercado de crédito privado voltado ao agro nos últimos anos, como a Lei 13.986/2020, mas ainda é preciso melhorar o ambiente regulatório para atrair investidores.

Segundo ele, a CNA, junto à Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), ao Ministério da Agricultura, ao Banco Central e ao Ministério da Economia, vem trabalhando em alternativas para simplificar e desburocratizar o acesso ao crédito rural.

“O agronegócio avançou muito na utilização de mitigadores de riscos da produção, como o seguro agrícola, e isso deve gerar maior tranquilidade aos investidores para investir no agro brasileiro”, disse Lucchi.

Desafios

Na ocasião, ele indicou os principais desafios desse mercado, entre eles, o aumento de recursos para o seguro rural; a redução da atuação de intermediários nas operações e o incentivo à organização de produtores em associações e cooperativas para a negociação de melhores taxas.

CRA

A assessora técnica de Política Agrícola da CNA, Fernanda Schwantes, foi a moderadora do debate “CRA em US$: desafios e oportunidades para o financiamento do agronegócio”. A possibilidade da emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) referenciados em moeda estrangeira foi uma das inovações trazidas pela Lei 13.986/2020.

Agenda

Segundo Fernanda, o mercado de capitais para o agronegócio é um tema importante dentro da agenda que instituições privadas, como a CNA, o Instituto Pensar Agro (IPA) e a Associação Brasileira das Securitizadoras Imobiliárias e do Agronegócio (ABSIA), têm desenvolvido nos últimos anos.

A assessora da CNA mostrou que os objetivos dessa agenda são: aumentar a transparência tanto para os produtores rurais na tomada do crédito como para potenciais investidores no agronegócio brasileiro; reduzir a burocracia e tornar os processos mais rápidos e menos onerosos ao produtor e demais elos das cadeias agroindustriais e utilizar o desenvolvimento tecnológico em benefício da gestão das propriedades, além do que já está sendo feito em favor do aumento de produtividade nas propriedades.

Cenário favorável

“O que temos percebido é que o interesse de investidores pelo agronegócio brasileiro aumentou, tanto em função das condições macroeconômicas, que tornaram o setor mais competitivo em termos de rentabilidade de ativos, mas especialmente pelo fato de o setor continuar crescendo, gerando empregos e superávits de exportação, mesmo em situação de crise”, disse Fernanda.

Segundo ela, do ponto de vista dos produtores, a expectativa é que o aumento da oferta de crédito, aliado ao incentivo que o governo tem dado para a adoção de instrumentos de gestão de riscos, tende a melhorar as condições de financiamento em diversos aspectos, como prazos, taxa de juros e exigência de garantias.

Presenças

O debate também contou com a participação do secretário-adjunto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, José Ângelo Mazzillo, do sócio da Pinheiro Neto Advogados, Tiago Lessa, e do diretor de operações da Ecoagro, Cristian Fumagalli.

A programação do Uqbar Day teve como base quatro temas centrais: agronegócio, mercado imobiliário, Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) e transformação digital no mercado de capitais.

 

Fonte: CNA

Equipe SNA

 

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