O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, se reuniu com diretores da entidade e empresários que participaram, em fevereiro, da missão a Dubai, no âmbito do projeto Agro.BR, para avaliar os resultados da viagem ao Oriente Médio.
No encontro, Martins afirmou que o agro brasileiro pode diversificar ainda mais sua pauta de exportações com os pequenos e médios produtores rurais. “Essa experiência que tiveram em Dubai é um desafio e uma convicção para nós de que é possível o pequeno e o médio produtor colocarem o que produzem lá fora”.
Em fevereiro, a CNA levou um grupo com dez empresas de várias cadeias produtivas para uma extensa agenda na cidade, passando pelas principais feiras, como Gulfood e Expo Dubai, redes de varejo e a participação em seminários e fóruns.
Martins falou ainda sobre a abertura dos escritórios internacionais da entidade, em Xangai, Singapura e agora em Dubai, e de outros projetos como a missão do AgroBrazil, que será realizada no final de março e levará representantes de embaixadas estrangeiras no Brasil para conhecer a produção do agro em Mato Grosso.
Experiência
O vice-presidente de Relações Internacionais da entidade, Gedeão Pereira, acompanhou a missão à Dubai e ressaltou que, a partir da convivência com os empresários, a “CNA poderá ajustar as ações para atendê-los cada vez mais e melhor”.
Para os empresários, a missão foi muito importante para fazer contatos e fechar negócios. Ivan Klaus, da Amidos Mundo Novo, reforçou que foi uma experiência ímpar para a empresa, que fechou um negócio na Gulfood para exportar 200 toneladas de fécula de mandioca para o Líbano.
“Sem a CNA nos dando suporte, teríamos mais dificuldades em ter esse contato. Na feira concretizamos negócios, fizemos relacionamentos e estamos inclusive negociando 500 toneladas de fécula para a Arábia Saudita”, disse Klaus.
“Foi muito importante e construtivo porque me ajudou a ver diferente e a buscar um produto com maior valor agregado para atender o mercado internacional”, afirmou Laura Walter, da Cerealista Miraguaia.
Outras considerações
“Foi uma experiência muito bacana e a parceria vai fortalecer nossa intenção de internacionalizar a cooperativa”, destacou Renata Vaz, da Cooabriel, ressaltando que o interesse da empresa é fazer venda direta do café para outros clientes além da Colômbia.
Cesar Cervantes, da Café Brasílico, disse que nunca pensou em explorar o Oriente Médio e que a missão da CNA incentivou a empresa a ter essa experiência.
“O mais importante que aprendemos foi entender como funciona o supply chain (planejamento estratégico de fluxos de bens, serviços, finanças, informações de uma empresa) do café em Dubai e vimos que temos possibilidades e oportunidades dentro dessa cadeia, não estamos limitados.”
Para Rodrigo Parise, sem a missão, teria sido difícil participar da Gulfood e conhecer o funcionamento da cidade de Dubai. Ele é da empresa Fruticultura Irmãos Parise e disse que o apoio da CNA e do projeto Agro.BR é fundamental para expandir a fruticultura brasileira para o Oriente Médio.
“Hoje nosso mercado mais forte é Europa e América do Norte. Mas com a missão foi possível fazer contato direto com os compradores de Dubai. Essa missão veio no melhor momento como uma oportunidade excelente para abrir novos horizontes”.
Saldo positivo
A empresa Cacau do Cerrado também teve saldo positivo na missão, afirmou Cleiton Miranda Souza. “Tivemos bons resultados. Duas empresas já nos procuraram interessadas em importar o nosso chocolate, inclusive nos desafiaram a fazer um mix com açaí. Estamos satisfeitos com os resultados, com negociações em andamento, e acreditamos que uma pequena semente foi plantada e em breve iremos vamos colher resultados”.
A diretora de Relações Internacionais da CNA, Sueme Mori, disse que o objetivo do escritório da Confederação em Dubai é apoiar a ampliação e diversificação da pauta de exportações do agro brasileiro para a região do Oriente Médio.
Fonte: CNA
Equipe SNA