A eficiência da tecnologia transgênica de milho Bt será avaliada in loco por equipes técnicas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), durante a realização da segunda edição do Circuito Tecnológico – Etapa Milho, entre os dias 6 e 10 de abril. O evento foi apresentado à imprensa no dia 1º de abril, durante coletiva na sede da associação.
No ano passado, o Circuito Tecnológico – Etapa Milho foi realizado em maio, mas neste ano teve sua data alterada para que as equipes técnicas da entidade cheguem às lavouras no período que antecede o pendoamento. Isso porque este é o momento ideal no andamento da lavoura para que seja feita a verificação da eficiência das tecnologias que estão sendo empregadas no plantio.
“Nós adiantamos essa visita para verificar, no período antes do pendoamento, se há de fato eficiência na tecnologia empregada nas sementes”, de acordo com o diretor técnico da Aprosoja, Nery Ribas.
A visita será feita ainda como forma de verificação das pragas presentes na cultura do milho, evolução do cultivar, desenvolvimento de plantas daninhas e da adubação utilizada na safra.
GRAU DE EFICIÊNCIA
No ano passado, os produtores de milho de Mato Grosso empregaram em suas lavouras a tecnologia Bt, que deveria tornar as plantações resistentes à lagarta Helicoverpa armigera. Contudo, o produto se mostrou ineficiente e as plantações foram infestadas pela lagarta, sendo necessária a aplicação de inseticidas, o que além de causar impacto ambiental e perda de produtividade, provocou um prejuízo estimado de 120 reais por hectare que não estava programado pelo produtor.
Diante do cenário preocupante para a cadeia, a Aprosoja acionou judicialmente as empresas para que fosse realizado o reparo da tecnologia. As mesmas se comprometeram então a contornar o erro, o que poderá ser verificado agora durante o evento.
Para maior identificação da perda de eficiência do milho Bt, a Aprosoja orienta que os produtores realizem vistoria técnica para a constatação de infestação de pragas com avaliação de perdas de produtividade nas lavouras. O modelo do laudo técnico foi enviado para o e-mail dos produtores.
FORA DA JANELA
Durante a coletiva de lançamento do evento, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) informou que 36% da semeadura do milho foi feito fora do período ideal para plantio, o que pode provocar redução da produtividade.
Este período é estabelecido normalmente entre os dias 20 e 24 de fevereiro, devido as boas condições climáticas de chuva. Neste ano, no entanto, o plantio foi feito até o dia 15 de março, o que pode provocar atraso no desenvolvimento da lavoura.
Atualmente, Mato Grosso é o maior produtor nacional de milho. Contudo, devido a esse atraso, a safra de 2015 deverá sofrer redução de 2,5 milhões de toneladas em relação a produção de 15,3 milhões do ano passado.
“Nós poderemos verificar no Circuito Tecnológico comportamento das lavouras de milho para tentar estimar de que forma poderá se dar o andamento da produção”, ressaltou o superintendente do Imea, Otávio Celidônio.
O EVENTO
Este é o segundo ano que está sendo realizado o Circuito Tecnológico – Etapa Milho. O evento, que é idealizado pela Embrapa e a Aprosoja, será realizado entre os dias 6 e 10 de abril em diversas lavouras de milho do Estado de Mato Grosso. Irá compilar dados obtidos diretamente dos produtores para traçar um “raio x” sobre o cultivar no Estado, com a parceria do Imea e patrocínio de Syngenta e Kleffmann.
Além da verificação da eficiência da tecnologia das sementes, outros principais itens que serão avaliados pelas equipes técnicas que irão a campo visitar mais de 150 propriedades rurais; a incidência de pragas e doenças que atingem a safra, sistema de adubação, infraestrutura e armazenagem.
“Poderemos fazer uma análise bem completa sobre as culturas, através da obtenção de informações estratégicas sobre o andamento da lavoura e o que a afeta. E isso possibilitando a aproximação com os governos municipal, estadual e federal para desenvolvimento de ações de políticas públicas”, disse o presidente da entidade, Ricardo Tomczyk.
Fonte: Agrolink com informações de assessoria