Chuvas irregulares podem atrapalhar soja no Centro-Oeste

Faltando menos de um mês para o início oficial do plantio de soja nas principais regiões produtoras do país, as previsões climáticas para o Centro-Oeste –maior região de cultivo da oleaginosa no Brasi l– indicam chuvas irregulares que podem atrasar os trabalhos, alertou nesta segunda-feira a Somar Meteorologia.

“As chuvas até retornam ao Mato Grosso agora no mês de setembro, todavia, mesmo com o seu retorno e até mesmo em bons volumes, não há garantia de que haja uma continuidade dessas chuvas, ao ponto de favorecer o plantio”, disse o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, em um boletim.

No início do plantio da safra 2012/13, no fim do ano passado, faltaram chuvas no Centro-Oeste, o que atrasou todo o calendário agrícola da região.

“Poderão ocorrer chuvas intercaladas por longos períodos de estiagem, afetando as áreas plantadas. As chuvas só deverão se normalizar na segunda quinzena de outubro”, disse a Somar, referindo-se ao Centro-Oeste.

Para os meteorologistas, uma “luz amarela acaba de se acender” para as áreas de soja no Nordeste, como o oeste da Bahia, com a possibilidade de uma segunda temporada consecutiva de chuvas abaixo da média, colocando em risco as produtividades.

O risco climático no Nordeste é atribuído a um aquecimento das águas do oceano Pacífico, apesar de não estar caracterizado um retorno do fenômeno El Niño.

Para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, alguns modelos climáticos indicam chuvas acima da média no verão, disse a Somar.

“Se há chuvas acima da média no Sul haverá chuvas abaixo da média no Nordeste nessa próxima safra”, disse Santos, na nota.

Apenas o Paraná deverá ter boas condições de cultivo, repetindo condições favoráveis da safra 2012/13, segundo a Somar.

“As frentes (frias) ficarão muitas vezes ‘presas’ na região Sul e uma ou outra frente poderá ‘escapar’ e com isso levar chuvas à região central do Brasil”, explicou.

Produtores em Mato Grosso, Paraná e Mato Grosso do Sul podem plantar soja a partir de 15 de setembro, quando termina o chamado vazio sanitário –período em que os agricultores são proibidos de cultivar a oleaginosa, num esforço para tentar evitar a perpetuação de doenças nas plantações, como a ferrugem.

Fonte: Reuters

 

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