China vai comprar farelo de soja brasileiro

A China está se preparando para importar farelo de soja do Brasil como parte de esforços mais amplos para diversificar as fontes do ingrediente de ração animal, aliviar a escassez de oferta no curto prazo e reduzir os riscos de inflação.

As tradings já se movimentam com o objetivo de trazer o primeiro carregamento de farelo de soja brasileiro para a China, depois que Pequim deu o sinal verde alguns meses atrás. Embora os volumes iniciais possam ser pequenos, a mudança representa mais um passo nos esforços de Pequim a fim de encontrar novas fontes de suprimentos agrícolas para reforçar sua segurança alimentar.

A decisão, logo após a China abrir o seu mercado para as importações de milho do Brasil, é mais um impulso ao comércio entre o maior exportador agrícola do mundo e o maior comprador de soja.

O Brasil é o segundo maior exportador de farelo de soja, atrás apenas da Argentina, com embarques de 20.25 milhões de toneladas na safra 2021-22. A China importou 60.000 toneladas do mercado global nesse período.

Escassez

A China geralmente não importa farelo de soja. Em vez disso, costuma comprar grandes volumes da oleaginosa do Brasil e dos EUA para sua indústria de processamento, que supre o país de ração animal e óleo de cozinha. Compras menores no início do ano contribuíram para uma escassez de farelo de soja, e os preços registraram níveis recordes em algumas províncias.

Processadoras

A China aprovou 14 esmagadoras brasileiras para embarque de farelo de soja, incluindo algumas pertencentes à Bunge, Olam e Coamo, segundo lista publicada recentemente no site da alfândega chinesa. Isso indica que a China pode se tornar um maior comprador de farelo de soja quando as margens forem lucrativas.

Pelo menos 30 esmagadoras locais solicitaram ao Ministério da Agricultura brasileiro uma licença para exportar farelo de soja para a China, segundo pessoas a par do assunto, que pediram anonimato porque não estão autorizadas a falar publicamente.

Além das 14 já aprovadas, cinco estão em análise, três aguardam revisão, duas têm problemas para corrigir e três foram negadas, o que em breve poderá elevar o número total de instalações autorizadas para mais de 20.

Fonte: Bloomberg
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