China irá dobrar demanda por produtos agrícolas até 2050 e Brasil se destaca como fornecedor

A China deverá dobrar sua demanda por produtos agrícolas até 2050. A declaração é do ministro conselheiro Qu Yuhui da Embaixada da China no Brasil, durante o webinar “Agricultura e Inovação: Um olhar estratégico para as relações entre Brasil e China”, promovido nesta quarta-feira pelo Conselho Empresarial Brasil-China.

Segundo Yuhui, até 2027, as importações chinesas de carne bovina já poderiam dobrar. Hoje, as compras da nação asiática já podem alcançar um volume maior do que a produção total da União Europeia, por exemplo.
“Temos a maior classe média do mundo. E assim, a demanda não vai só aumentar, como será mais sofisticada para produtos agropecuários”, disse o ministro.

E o Brasil tem papel determinante para atender a este crescimento. Hoje, a participação da carne bovina brasileira é de cerca de 30%, mas o potencial para ampliar esse percentual é bastante grande. O essencial é, todavia, que o agronegócio brasileiro e seus empresários e exportadores possam aprimorar as relações comerciais entre os dois países.

“Os empresários brasileiros deveriam investir mais no estudo do mercado chinês e serem mais agressivos no mercado da China, com melhor integração das cadeias produtivas”, indicou Yuhui. “A demanda chinesa ainda vai crescer muito e o papel do Brasil será determinante.

O embaixador Orlando Leite Ribeiro, do Ministério da Agricultura, lembrou que as exportações de carnes do Brasil para a China registraram crescimento de 114% no primeiro semestre deste ano, se comparadas ao mesmo período de 2019.

Suspensão de frigoríficos

Sobre os frigoríficos brasileiros com habilitação de exportação para a China ainda suspensa, o ministro da embaixada chinesa explicou que são “medidas temporárias e que precisam de ajustes, mas que valem apenas como precaução e prevenção”.

Yuhui disse que os indícios de que a embalagem e até mesmo o próprio alimento poderiam ser veículos para o novo Coronavírus fez com que a China tomasse medidas como esta para evitar novas ondas de contágio. “Ainda não há total certeza sobre isso, mas é uma prevenção. E como há 102 outros frigoríficos habilitados, não acredito que haverá grande impacto para o comércio entre China e Brasil”, disse.

 

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