China e commodities lideram aumento das exportações brasileiras

As exportações para a China e as commodities são os principais responsáveis pelo superávit de US$ 58.7 bilhões nas transações comerciais com o exterior. Embora inferior ao de 2017, quando o superávit fechou em US$ 67 bilhões, foi o segundo maior valor na série histórica da balança comercial brasileira.

Os dados fazem parte do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) de janeiro divulgado hoje (17/1) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV). A instituição destacou três resultados que mais chamaram a atenção quanto ao comportamento da Balança Comercial em 2018, além da liderança da China e do crescimento das commodities.

Segundo a FGV, a China atingiu a sua maior participação como destino das exportações brasileiras, ao responder por 26,8% do total, o que resultou numa diferença de mais de dez pontos percentuais em relação ao segundo maior parceiro, os Estados Unidos, responsável por 12% das vendas externas do Brasil. Já o terceiro principal parceiro, a Argentina, reduziu a sua participação nas exportações de 8,1% para 6,2% em 2018.

“A participação da China supera a dos principais parceiros países/blocos do Brasil, desde 2014. Chama atenção o aumento da participação entre 2017 e 2018, de 21,8% para 26,8%, explicado por um crescimento de 35,2% puxado pelas três principais commodities exportadas para esse país. Soja em grão, petróleo bruto e o minério de ferro que, juntas, explicam 82% das exportações brasileiras para aquele país asiático”, informa o documento.

Por sua vez, o petróleo superou a participação do minério de ferro pela primeira vez nas vendas externas brasileiras para a China. A importância da China para as exportações brasileiras é reafirmada quando são analisados os dez principais produtos exportados pelo Brasil.

Assim, o segundo principal produto é o óleo bruto de petróleo. A participação da China no total exportado passou de 44,2% para 57%, entre 2017 e 2018. Em relação às exportações de carne bovina, oitavo principal produto, o percentual da China foi de 18,3%, em 2017, e de 27,2%, em 2018.

Índices

Os dados do Icomex indicam que o setor de agropecuária liderou o aumento do volume exportado pelo país em 2018, com variação de 15,3%, seguido da extrativa (6,4%) e da transformação (1,3%). No entanto, excluindo as plataformas de petróleo, a variação recua em 2,1%.

Nas importações, a liderança ficou com a indústria de transformação, com 11,6% de participação. Novamente, excluindo as plataformas, o aumento reduz para 6% e fica abaixo da variação do volume importado pela indústria extrativa (6,8%).

O Indicador de Comércio Exterior ressalta que o comportamento do setor automotivo influenciou tanto as exportações como as importações de bens duráveis.

Expectativas

Para 2019, em um primeiro momento, há expectativas otimistas quanto à melhora na economia argentina, o que poderá favorecer as exportações, ao contrário do que aconteceu no ano passado.

O estudo ressalta, porém, que “a grande incógnita para 2019 é se o governo irá ou não implementar uma reforma tarifária que visa a reduzir as tarifas, e qual será o cronograma temporal previsto”.

Além disso, alerta para o fato de que os anúncios de possíveis novos acordos e/ou revisões dos acordos existentes no âmbito do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e também na agenda de relações bilaterais (China e Estados Unidos) poderão impactar os resultados da Balança Comercial.

O estudo aponta ainda para o fato de que a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China ainda perdura e que não há certeza se os últimos movimentos de distensão das relações comerciais irão se manter.

 

Fonte: Agência Brasil

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