A reabertura do mercado chinês à carne bovina do Brasil deverá gerar receita anual adicional de até 1,2 bilhão de dólares em 2015, e não deve afetar o firme ritmo das vendas para Hong Kong, disse na sexta-feira (18/09) o presidente da associação brasileira de exportadores. “Estes são números para 2015… A expectativa é esta… pelo que representa o mercado chinês”, disse o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Camardelli. O anúncio da suspensão do embargo da China à carne brasileira foi feito na véspera, durante visita do presidente chinês ao Brasil.
Os chineses haviam suspendido as compras do produto brasileiro em função da descoberta de um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) no Paraná, no fim de 2012. Durante o período em que a China esteve afastada do mercado brasileiro, Hong Kong ganhou fatia maior no ranking dos principais destinos para a carne brasileira, rivalizando com a Rússia, tradicional comprador. “Acreditamos que deve seguir fortalecido por outros fatores…, após um trabalho que fizemos anterior à abertura do mercado chinês (para embarcar produtos) de maior valor agregado”, disse Camardelli ao ser questionado se abertura da China afetaria as vendas para Hong Kong. Importantes produtores de carnes do mundo, como Estados Unidos e Austrália, enfrentam problemas por custos elevados e efeitos climáticos sobre os seus rebanhos.
A China havia habilitado oito plantas brasileiras a exportar ao país, antes de impor um embargo ao produto brasileiro. Além destas, a expectativa é da entrada de mais nove unidades, que já foram visitadas e preencheram todos os requisitos, estando aptas para exportar ao mercado chinês. “De concreto, seriam oito já aprovadas antes, mais nove que estão aptas e aguardando autorização (para embarcar)”, disse Camardelli.
A Abiec não alterou suas estimativas de exportações recordes de 1,8 milhão de toneladas e 8 bilhões de dólares em receita em 2014, considerando que o retorno da China será gradual. Camardelli observou que os embarques tradicionalmente ganham força no segundo semestre, por importações maiores de países muçulmanos após o fim do Ramadã, do Chile e por compras de países que operam com sistemas de cotas.
Fonte: Agrolink