China compra 900 mil toneladas de soja nesta semana

A China comprou 15 cargos de soja brasileira nessa semana, o que equivale a aproximadamente 900.000 toneladas na oleaginosa. A informação é de Luiz Fernando Pacheco, analista da T&F Consultoria Agroeconômica. Segundo ele, os valores oferecidos pelas tradings acabaram recuando.

“Os preços oferecidos pelas tradings nos portos do Brasil, sobre rodas, caíram 2,11% na média, para R$ 79,93/saca, reduzindo os ganhos do mês para 7,49%. O dólar subiu pouco, apenas 0,19% e Chicago subiu 0,79%, mas os prêmios permaneceram praticamente inalterados”, disse Pacheco.

“No interior, a queda foi significativamente menor, de apenas 0,80%, para R$ 74,40/saca. Com isso, os ganhos do mês de maio recuaram para 6,09%”.

O especialista indicou que a incerteza em relação ao fim da disputa comercial travada entre a China e os Estados Unidos está afetando de forma considerável o setor mundial da oleaginosa. Nesse contexto, é possível que os estoques norte-americanos aumentem e façam com que as cotações caiam.

“Basta ler apenas as manchetes das notícias transmitidas pela Reuters nesta quarta-feira, para ver o grau de incertezas em que estão as conversações EUA-China e, com elas, a possibilidade de queda das cotações da soja, via aumento dos altos estoques americanos. Por enquanto, as poucas altas registradas ficam por conta do clima, que já foi devidamente precificado”, completou Pacheco.

Milho: mercado físico caiu 0,31%

As cotações do milho no mercado físico de Campinas, principal praça de referência do produto no Brasil, recuaram 0,31% nesta quarta-feira, para R$ 35,00/saca. Segundo o analista da T&F Consultoria, o principal motivo para isso acontecer foi a grande oferta da safrinha, que começa a ganhar ritmo de colheita no Paraná e no Mato Grosso.

“Com isso, os ganhos do mês recuaram para 6,42%. Mas a perspectiva ainda é de preços firmes, diante da possibilidade de elevação dos volumes de exportação. De modo geral, os agentes estão de olho em Chicago, cujos contratos voltaram a ganhar força nesta semana”, afirmou o analista.

“Os atrasos de plantio de milho e soja nos EUA guiaram a movimentação altista e as próximas duas semanas serão cruciais para a definição do patamar de preços. A guerra comercial China x EUA e a peste suína africana também seguem em pauta. Enquanto isso, a colheita ganha ritmo no Brasil”.

Além disso, é possível afirmar que o mercado de milho se divide entre duas grandes forças neste momento. “A boa notícia é que a Anec -Associação Nacional de Exportadores de Cereais, voltou a aumentar sua estimativa de exportações de milho do Brasil, que era de 27 milhões de toneladas, para 30 milhões de toneladas ou mais, segundo seu secretário executivo”, disse Pacheco.

“Então, no momento, o mercado se divide entre estas duas forças, mas os preços não deverão cair muito mais, porque existe também a demanda interna, das indústrias exportadoras de carne de frango e suíno, que se preparam para fazer grandes vendas aos chineses, embora este seja um processo mais lento, mas firme”.

 

Agrolink

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