Desde que o Brasil exportou a sua primeira grande carga de grão-de-bico, em 2016, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) assumiu um posicionamento de vanguarda diante da possibilidade do Cerrado se tornar um dos maiores produtores do grão.
O próprio ministro da Agricultura, Blairo Maggi, foi acompanhar na quinta-feira (24), na Fazenda Alvorada, em Cristalina (GO), a colheita da primeira safra de grão-de-bico destinada a suprir a demanda do governo da Índia. Ano passado, a exportação foi destinada à Colômbia e Emirados Árabes. “Nós, brasileiros temos uma oportunidade, mais uma vez pela mão da Embrapa, com gente daqui, desta fazenda, de investir, investigar e fazer”, disse o ministro.
Somente em 2016, a Índia importou 873 mil toneladas de grão-de-bico, o que equivale a US$ 688 milhões em volume de negócio.
A safra da fazenda Alvorada é fruto de um dos experimentos coordenados pela Embrapa, em parceria com a empresa indiana UPL, nos estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. No caso da fazenda de 600 hectares, o cultivo conta com a orientação da Embrapa em sistema de pivô central instalado em 17 hectares.
“Percebemos a grande oportunidade que é. Essa mercadoria, quando exigida pelo mercado internacional, deverá ser fornecida por alguém, e nós queremos ser os grandes fornecedores. Temos algum tempo para desenvolver variedades e descobrir quais são as melhores em cada um desses locais”, disse Maggi.
Consumo interno
O grão-de-bico é a segunda leguminosa mais consumida no planeta, com cerca de 20 milhões de toneladas por ano. Como o produto não é muito consumido no Brasil, a cultura ainda é incipiente, mas demostra grande potencial diante dos números.
Em 2010 o Brasil importou quatro toneladas de grão-de-bico, da Argentina e México, principalmente. Em 2013 saltou para 7.500 toneladas. Em 2016 chegou a oito mil toneladas. De janeiro a maio desse ano, o país já consumiu cerca de 2.300 toneladas.
Fonte: Portal Mato Grosso