
Açúcar: Mesmo com o início da produção de açúcar a partir da cana da safra 2025/26 nas usinas paulistas em abril, a oferta do cristal de melhor qualidade (como o Icumsa até 180) foi limitada, uma vez que as processadoras costumam priorizar o etanol e/ou açúcar VHP em começo de temporada. A restrição de oferta, especialmente dos tipos de açúcar de maior qualidade, manteve os preços da saca firmes durante o primeiro mês oficial da safra. Adicionalmente, chuvas isoladas ao longo de abril interromperam temporariamente as operações no campo e, consequentemente, nas unidades industriais
Algodão: A oferta brasileira recorde de algodão em pluma tem colocado o País em posição de destaque no mundo. Dados do USDA de abril indicam que a produção nacional já representa 14% do total global da temporada 2024/25. As exportações brasileiras da pluma, por sua vez, estão intensas e já correspondem por 30,5% dos embarques mundiais.
Arroz: O preço do arroz em casca negociado no Rio Grande do Sul operou na casa dos R$ 76,00/saca de 50 kg durante todo o mês de abril, com exceção do dia 30, quando encerrou na dos R$ 75. No geral, a comercialização do arroz foi pontual ao longo de abril e restrita à reposição de estoques, reflexo da postura cautelosa dos compradores, diante das dificuldades em repassar os custos ao arroz beneficiado, e também dos feriados no mês.
Boi: Ao longo de abril, o Cepea não observou concentração e/ou aumento da oferta de animais para abate. Pecuaristas estiveram resistentes em negociar lotes de boi a preços menores, favorecidos pelas boas condições das pastagens – chuvas na maioria das regiões acompanhadas permitiram que produtores administrassem o momento de venda. Do lado da demanda, agentes de frigoríficos adotaram uma postura retraída, espaçando as compras de novos lotes no spot e alongando as escalas de abate.
Café: Depois de atingir patamar recorde real no primeiro trimestre, o Indicador CEPEA/ESALQ do café robusta tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo recuou com certa força em abril. Considerando-se a média mensal, a baixa foi de 15,5% (ou de 310,70 Reais/saca) em relação a março, passando para R$ 1.692,32/saca de 60 kg. Apesar da oferta ainda limitada, essa recente retração pode estar atrelada à proximidade da colheita da nova safra no estado capixaba e também em Rondônia.
Etanol: Abril, o primeiro mês oficial da safra 2025/26 na região Centro-Sul, foi marcado por movimentos mais fortes de negócios envolvendo o etanol hidratado. Levantamento do Cepea mostra que, de março para abril, o volume de hidratado comercializado por usinas de São Paulo cresceu 23,6%.
Feijão: Abril foi marcado por um aumento significativo da oferta de feijão no mercado interno, reflexo do avanço da colheita da primeira safra e do início dos trabalhos envolvendo a segunda temporada no Sul do País. Esse cenário pressionou os preços – especialmente os dos feijões preto e comerciais – na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea.
Frango: As vendas de carne de frango no mercado brasileiro estiveram aquecidas nas praças do estado de São Paulo ao longo de abril, contexto que deu suporte aos valores da proteína. Em contrapartida, no Sul do País, a menor liquidez resultou em queda nos preços nas regiões acompanhadas pelo Cepea.
Milho: Depois de atingirem a casa dos R$ 90/saca de 60 kg em meados de março, os preços internos do milho voltaram a cair em abril na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. A pressão veio sobretudo da postura retraída de parte de compradores, que, durante a maior parte do mês, optou por consumir os estoques e se afastar das aquisições no spot, à espera de desvalorizações.
Ovinos: Em período de entressafra, a oferta de cordeiro vivo esteve limitada ao longo de abril. Esse cenário elevou os preços de comercialização na maioria dos estados acompanhados pelo Cepea, com exceção em São Paulo. No Sul do País, especificamente, a demanda um pouco mais aquecida reforçou o movimento de avanço no preço do cordeiro.
Soja: Os preços da soja subiram nos mercados nacional e externo em abril, impulsionados pela aquecida demanda global. Além disso, a expectativa de maior interesse da China pela oleaginosa brasileira também reforçou o movimento de alta, à medida que esse cenário afastou uma parte dos sojicultores das negociações envolvendo grandes volumes – esses vendedores passaram a ficar à espera de novas altas de preços nos próximos meses. No entanto, os menores patamares dos prêmios de exportação e a significativa oscilação cambial impediram que a liquidez fosse maior no mercado spot nacionala intensificação da colheita de soja no Brasil proporcionou maior liquidez ao mercado spot nacional.
Trigo: Embora ainda de forma lenta, produtores do norte do Paraná iniciaram a semeadura do trigo da nova temporada em abril. No entanto, as incertezas quanto à área que será cultivada no Brasil ainda persistem – até o encerramento de abril, as estimativas oficiais indicavam redução.