Consultorias estimam produção recorde de milho safrinha, mas Agrosecurity recomenda cautela

Milho: os estados de Mato Grosso e Paraná são os maiores produtores do País. Foto: Pixabay

As consultorias Céleres, INTL FCStone e Datagro estimam recorde na segunda safra da milho (2019/20), apesar das preocupações com o clima seco em algumas áreas. Já a consultoria Agrosecurity recomenda cautela.

Segundo a Céleres, o milho safrinha deverá registrar recorde de de 73.5 milhões de toneladas. O bom desempenho, para a consultoria, está relacionado à umidade adequada do solo em Goiás e Mato Grosso, e a uma possível reposição nos níveis de chuva em abril no Paraná e Mato Grosso do Sul.

Acima dessa estimativa, a INTL FCStone prevê produção recorde de 73.9 milhões de toneladas, também considerando o cenário de chuvas em abril.

“Nessa primeira quinzena ou até o dia 20, há previsão de chuvas em todas as regiões produtoras tanto de milho safrinha quanto algodão, café… e isso possibilita condições excepcionais para o desenvolvimento das lavouras”, disse a analista da consultoria, Ana Luiza Lodi.

Por sua vez, a Datagro fez uma revisão altista da produtividade do milho, que foi justificada por “condições regulares até o momento”, para 76.2 milhões de toneladas, contra 75.9 milhões de toneladas da estimativa anterior.

Fora da janela

Já o sócio-diretor da Agrosecurity e ex-diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Fernando Pimentel, contesta as previsões anteriores.

“Acho muito prematuro começar a subir a estimativa de produtividade, que está provavelmente baseada numa boa condição da safrinha em Mato Grosso. No entanto, há outras regiões que entraram fora da janela ideal de plantio. Por isso, a minha estimativa é de 71.5 milhões de toneladas.”

Pimentel disse que o desempenho em Mato Grosso “é muito bom, houve chuvas, mas 20% do milho foi plantado fora da janela ideal”. Já o Estado de Goias, segundo ele, “teve cerca de 40% do milho semeado fora da janela”. No Paraná, afirmou, apesar de o milho também ter sido plantado fora do período, “é um estado menos problemático”.

“Houve um pouco de risco de falta de chuva, mas agora deu uma melhorada. Mesmo assim, o milho foi plantado um pouco fora da janela, mas neste caso a chuva chega em meados ou final de abril”.

Por fim, Pimentel reconheceu que em Mato Grosso do Sul “a situação é complicada, há muito atraso, a safrinha entrou bem mais tarde e com redução de tecnologia”.

“Nessa época é necessário água, temperatura ideal, sem excessos de calor ou frio. Como é uma safra plantada um pouco fora de seu padrão normal, não é possível se basear numa produtividade como a do ano passado, que foi excelente, com 73.1 milhões de toneladas, concluiu.

Safra total

Em recente estimativa, a Safras & Mercado informou que a safra total de milho 2019/20, incluindo a colheita de verão, deverá atingir 105,8 milhões de toneladas, contra a projeção de 104,75 milhões de toneladas divulgada no mês passado.

A consultoria elevou a estimativa de colheita do cereal cultivado na primeira safra, para 23. 2 milhões de toneladas, enquanto reduziu a perspectiva da segunda safra, a safrinha, para 73.8 milhões de toneladas.

Em sua revisão altista, a Datagro estimou a safra de milho no País em 101.93 milhões de toneladas, considerando as duas safras. A previsão ficou abaixo do recorde da safra passada, de 102.08 milhões de toneladas.

 

Fontes: Reuters, Agrolink, Notícias Agrícolas e Agrosecurity

Equipe SNA

 

 

 

 

 

 

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