Carnes/CEPEA: Preços em alta

Boi/CEPEA: Indicador chega a maior patamar nominal da série CEPEA

Nesta semana, o preço do boi gordo registrou o maior patamar nominal da série histórica do CEPEA, iniciada em 1994. Na quarta-feira, 1º, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (estado de São Paulo, à vista) foi de R$ 129,60. Em termos reais (IGP-DI agosto/14), o maior patamar (R$ 134,91) foi observado em novembro de 2010. Segundo pesquisadores do CEPEA, o impulso ainda vem da baixa oferta de animais prontos para o abate.

Quanto à disponibilidade de animais de confinamento, operadores consultados pelo CEPEA relatam que não deve ser tão expressiva neste ano – segundo dados da Assocon (Associação Nacional dos Confinadores), o crescimento de 2013 para 2014 deve se limitar a 4%. Por enquanto, a expectativa é que a maior parte dos animais confinados seja ofertada em outubro, como normalmente acontece.

Bezerro/CEPEA: Demanda e abate de fêmeas levam bezerro a novo recorde

O preço real do bezerro é o maior da série histórica do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, iniciada em 2000 – os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de agosto/14. A média de setembro do Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente ao animal nelore, de 8 a 12 meses, em Mato Grosso do Sul, foi de R$ 1.073,93, forte valorização de 24,2% no acumulado deste ano e de 28,7% frente a setembro de 2013. No estado de São Paulo, a média deflacionada de setembro foi de R$ 1.078,48, também a maior da série CEPEA, iniciada, neste caso, em 1994.

O movimento de alta dos preços do bezerro é visto desde o primeiro semestre de 2013, ainda que tenham havido recuos pontuais. Segundo pesquisadores do CEPEA, a valorização do bezerro tem sido puxada pela demanda de recriadores que se sentem estimulados pelos preços também em elevação do boi gordo. Além disso, a oferta de bezerros tem sido pressionada pelo abate de matrizes. Em 2013, segundo dados do IBGE, foram abatidas 14.46 milhões de vacas e novilhas, recorde que superou em 10% o máximo até então registrado em 2006.

Isso tem se refletido também na participação crescente de fêmeas sobre o total de animais abatidos no Brasil. Em 1997, primeiro período de dados divulgados pelo IBGE, 33,4% dos abates correspondiam a vacas e novilhas; em 2013, já eram 42,2% e, no primeiro trimestre de 2014 (últimos valores disponíveis), 47%.

Segundo pesquisadores do CEPEA, a relação de fêmeas abatidas tem se aproximado das proporções encontradas em países com rebanhos mais estáveis e de produção mais tecnificada, como Estados Unidos e Austrália, onde a participação é superior a 45%. “Esses dados, portanto, sinalizam mudança significativa na estrutura do rebanho nacional”, aponta o pesquisador do CEPEA e professor da Esalq/USP Sergio De Zen.

ARROBA

As cotações da arroba do boi também estão em alta, mas não tanto quanto as do bezerro. Em setembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (estado de São Paulo) teve média de R$ 128,58, alta real de 16,5% em relação ao mesmo período de 2013, aproximando-se do recorde deflacionado da série CEPEA que é de R$ 134,91 em novembro de 2010. No acumulado deste ano, o boi gordo (Indicador – SP) avança 12,6%, percentual semelhante ao da arroba de vaca tanto em Mato Grosso do Sul como em São Paulo (13,6% e 13%, respectivamente), com as médias da fêmea passando para R$ 117,28 e R$ 121,33, nessa ordem, na terça-feira, 30.

MARGEM

As altas de preços do bezerro vêm reduzindo o poder de compra de pecuaristas de recria-engorda – são necessárias mais arrobas de boi gordo para a compra de um animal de reposição. Segundo De Zen, para fazer frente a esse cenário de margem apertada, o pecuarista de engorda precisa elevar a produtividade, com aprimoramento das técnicas de manejo do rebanho, de pastagem e suplementação, além da própria gestão do negócio. “O produtor deve encarar gastos nesses itens como investimentos, apostando que o retorno também será maior ou mesmo imprescindível para manter a atividade sustentável”, orienta o pesquisador.

Suínos/CEPEA: Preço do vivo fecha setembro em patamar recorde

A oferta restrita de animais terminados e a expectativa de aumento das exportações de carne têm impulsionado os preços do suíno vivo, de acordo com informações do CEPEA. Além disso, agentes relatam incremento nas vendas internas do produto nos últimos dias, visando ao abastecimento do mercado para o início do mês, quando o consumo é geralmente mais aquecido.

O suíno vivo comercializado na região de SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba) encerrou setembro a R$ 4,60/kg, a maior cotação, em termos nominais, da série CEPEA, iniciada em 2004. O valor correspondeu, ainda, a uma alta de 1,4% no acumulado de setembro e de expressivos 24,3% sobre igual período de 2013. No Oeste Catarinense, a cotação do suíno dessa terça, de R$ 4,44/kg, também foi a maior da série e correspondeu a valorizações de 6,8% no acumulado de setembro e de 27,6% frente ao mesmo período de set/13.

 

Fonte: Cepea/Esalq

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