A alta dos preços da carne suína no mercado doméstico em julho fez com que a carne de frango ficasse mais competitiva, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
“Os preços tanto da carne de frango quanto das duas principais substitutas, bovina e suína, estão em alta no mercado brasileiro nesta parcial de julho. Apesar disso, a valorização mais tímida da carne bovina fez com que o frango perdesse competitividade frente à concorrente, ao passo que, na comparação com a carne suína, a que mais se valorizou no mês, a de frango ganhou competitividade”, indicou o centro de estudos em relatório.
Segundo o Cepea, na parcial de julho (até o dia 27), o preço médio do frango inteiro resfriado comercializado no atacado da Grande São Paulo foi de R$ 7,76 o quilo, com altas de 4,10% em relação a junho e de 5,20% na comparação com o mesmo mês de 2021, em termos nominais.
“Além das exportações aquecidas, o preço mais baixo da proteína em relação ao das demais tem favorecido sua liquidez no mercado doméstico”, indicou o centro de estudos.
Aumento
Já os preços da carne suína subiram principalmente na primeira quinzena deste mês. No atacado da Grande São Paulo, a carcaça especial suína é negociada a R$ 9,85/kg, em média, na parcial de julho, com alta mensal de 5% e de 0,50% em relação ao mesmo mês de 2021.
“Dessa forma, a carcaça suína está R$ 2,09/kg mais cara que o frango inteiro, aumento de 8,30% em relação à diferença de junho e ainda a maior em cinco meses. No entanto, mesmo com o aumento, a diferença ainda é 13,80% inferior à de julho/21.”
Proteína bovina
No mercado de boi, a baixa oferta de animais para abate, principalmente por conta do período de entressafra, sustenta as cotações. No atacado da Grande São Paulo, a carcaça casada tem média de R$ 20,68/kg na parcial de julho, com altas de 0,60% em relação a junho e de 2,30% na comparação com julho de 2021, informou o Cepea.
“Assim, considerando a carcaça de boi e o frango inteiro em São Paulo, a proteína bovina foi cotada R$ 12,93/kg acima da avícola, a menor diferença entre os produtos em oito meses, sendo 1,30% abaixo do registrado em junho, mas ainda 0,60% superior à registrada em julho do ano passado.”
Aves
No relatório, o Cepea informou que os preços do pintainho de corte de um dia, “que historicamente têm poucas variações durante o ano, têm se elevado consecutivamente em julho, atingindo patamares recordes, por conta da maior demanda do setor pelo insumo, além do elevado custo de produção nas incubadoras”.
No acumulado de julho, a ave negociada no Paraná se valorizou 9,20%, para R$ 2,54/cabeça no dia 27, o maior preço nominal da série do Cepea, iniciada em 2014.