Entre janeiro e setembro, as exportações brasileiras de carne de frango – da ordem de 3.322 milhões de toneladas – experimentaram incremento de 6,2% sobre idêntico período anterior, índice que correspondeu a um adicional, em volume, de pouco mais de 193.500 toneladas.
Porém, o que não se pode ignorar é que 90% desse adicional teve por destino um único mercado – o chinês. Pois, juntos, China e Hong Kong importaram volume 43% maior que o dos nove primeiros meses de 2015. Assim, acumulam neste ano compras que totalizam 581 mil toneladas – resultado, aliás, que os coloca ligeiramente à frente da Arábia Saudita, até aqui com 558 mil toneladas.
Graças, igualmente, a essa expansão, a receita acumulada até setembro, a partir dos dez principais importadores, registra no momento variação inferior a 0,5%, tendendo até a uma reversão em outubro corrente. Porém, a receita gerada pelos demais importadores (125 países) permanece quase 10% menor que a de um ano atrás, afetando a receita global, negativa em 3,5%.
Mas, voltando ao quadro dos dez principais importadores, em comparação aos nove primeiros meses de 2015, apenas dois países estão ausentes da presente lista: Venezuela e Coreia do Sul. Mas o retrocesso mais visível – por razões de todos conhecidas – é o da Venezuela.
No ano passado, nesta época, a Venezuela se colocava como o oitavo maior importador da carne de frango brasileira. Neste ano, entre janeiro e setembro, suas importações registraram queda de quase 50% tanto no volume quanto na receita, desempenho que coloca o vizinho país na 19ª posição.
Curiosamente, a Venezuela está agora entre o México e Cuba. O México, velha promessa para os exportadores brasileiros, aumentou suas importações em 115%. Mas o volume importado resume-se a pouco mais de 49.600 toneladas – cerca de 250 toneladas a mais que o importado pela Venezuela.
Já Cuba – um ano atrás, 12º principal importador do Brasil; neste ano (e até o momento) na 20ª posição – reduziu suas importações em quase um terço (-31%). De 67 mil toneladas para pouco mais de 46 mil toneladas.
Efeito, não há dúvida, da reaproximação com os EUA. Tanto que neste ano (até agosto) as exportações norte-americanas para Cuba aumentaram quase na mesma proporção inversa (+34%) da redução enfrentada pelo Brasil.
Fonte: AviSite