Cana: Moagem aumenta 14,30% na segunda quinzena de setembro e atinge a quase 500 milhões de toneladas

O volume de cana-de-açúcar processada pelas usinas do Centro-Sul totalizou 40.22 milhões de toneladas na segunda quinzena de setembro. O resultado é 14,26% superior às 35.20 milhões de toneladas no mesmo período de 2019.

No acumulado da safra 2020/2021, a moagem alcançou 499.77 milhões de toneladas, registrando aumento de 5,30% em relação as 474.60 milhões de toneladas processadas no mesmo período do ciclo 2019/2020.

“O período de estiagem favoreceu a operação de colheita, permitindo que a moagem atingisse o patamar recorde de 500 milhões de toneladas até 1º de outubro. Apesar do avanço no processamento de cana, é importante monitorar os efeitos da seca sobre o desenvolvimento das lavouras, pois já observamos retração no rendimento de áreas que estão sendo colhidas em algumas regiões do Centro-Sul”, indicou o Diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antônio de Pádua Rodrigues.

Segundo os dados preliminares do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), para uma amostra de 90 unidades, o rendimento das lavouras em setembro registrou uma queda de 1,40% em relação ao apurado em mesmo mês do ciclo anterior (71,97 toneladas por hectare colhido versus 72,99 toneladas por hectare colhido). “Trata-se de um índice preliminar obtido com amostra reduzida, mas já indica uma mudança no cenário observado até o momento”, indicou Rodrigues.

A qualidade da matéria-prima processada na segunda quinzena de setembro, mensurada a partir da concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), atingiu 161,35 kg por tonelada em 2020 contra 157,30 kg verificados na mesma quinzena da safra passada. No acumulado até 1º de outubro deste ano, o indicador de qualidade alcançou 142,87 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar, 4,42% superior ao valor apurado no último ciclo agrícola.

Em relação ao número de usinas em operação, 256 unidades estavam em operação até dia 1º de outubro de 2020 contra 251 usinas no mesmo período da safra 2019/2020. No mês de setembro, uma nova unidade de etanol de milho entrou em operação e seis empresas concluíram a safra, sendo duas na segunda quinzena (uma unidade em São Paulo e outra no Rio de Janeiro).

Produção de açúcar e de etanol 

Na segunda metade de setembro, a produção de açúcar atingiu a 2.87 milhões de toneladas, volume 59,57% superior às 1.80 milhão de toneladas produzidas no último ano. No acumulado de abril até 1º de outubro, a produção do adoçante totaliza 31.95 milhões de toneladas, aumento de 46,23%.

“Do aumento total de 10.10 milhões de toneladas na produção de açúcar registrada até o momento, cerca de 7.40 milhões de toneladas derivam da mudança do mix de produção e as outras 2.70 milhões de toneladas resultam do avanço da moagem e da melhor qualidade da matéria-prima colhida”, indicou Rodrigues.

Desde o início da safra 2020/2021 até 1º de outubro, 46,96% da matéria-prima foi destinada a produção do adoçante, contra 35,31% no mesmo período de 2019. “A despeito do aumento da proporção de cana dedicada a produção do adoçante nesta safra frente ao ciclo 2019/2020, este ainda permanece inferior ao valor observado no ciclo agrícola 2017/2018, quando o mix açucareiro atingiu a marca de 48,25%”, indicou Rodrigues.

A produção de etanol, por sua vez, totalizou 2.16 bilhões de litros na segunda quinzena de setembro, contra 2.24 bilhões de litros produzidos no mesmo período do ciclo 2019/2020. Deste total, o hidratado representou 1.38 bilhão de litros e o anidro somou 779.87 milhões de litros.

No caso do etanol anidro, a produção quinzenal indica um aumento de 26,80% em relação ao registrado na segunda metade de setembro de 2019. “Essa elevação decorre da maior produção de anidro a partir do milho e do aumento da proporção de cana-de-açúcar direcionada à produção deste biocombustível. O rendimento na produção de anidro atingiu 18,45 litros por tonelada de cana processada, refletindo a expectativa de encerramento da quota de importação de etanol em dezembro e o compromisso de abastecimento do mercado na entressafra por parte dos produtores”, indicou Rodrigues.

O volume de etanol produzido no acumulado da safra 2020/2021 totalizou 23.44 bilhões de litros, 7,47% inferior ao da última safra. Desse total, foram produzidos 1.15 bilhão de litros de etanol de milho, aumento de 90,32% em relação ao volume produzido no mesmo período do ano passado.

Vendas de etanol 

O volume de etanol comercializado pelas unidades produtoras do Centro-Sul foi de 2.86 bilhões de litros em setembro. Desse total, 331.091 milhões de litros foram direcionados para o mercado externo e 2,53 bilhões de litros comercializados no mercado doméstico.

No mercado interno, a comercialização de hidratado registrou uma queda. 1.73 bilhão de litros foram vendidos pelas unidades no mês de setembro, retração de 13,35% na comparação com o volume no mesmo período do ano anterior.

“Nos últimos três meses, a queda nas vendas internas de etanol hidratado atingiu a cerca de 20%. Portanto, a menor retração observada em setembro indica uma retomada do consumo do biocombustível”, indicou Rodrigues

As vendas mensais de anidro, por sua vez, foram 7,94% superiores ao mês de setembro de 2019, totalizando 797.72 milhões de litros. O aumento das vendas decorre, entre outros aspectos, do menor volume de etanol importado e da transferência de produto para a região Norte-Nordeste.

O álcool destinado às finalidades não carburantes manteve o ritmo aquecido de vendas, com aumento de 15,96% na segunda quinzena de setembro. No acumulado da safra, o percentual permanece 38,51% superior ao ano anterior, com 691.12 milhões de litros comercializados.

As vendas de etanol para o mercado externo seguem a trajetória ascendente em relação ao ano anterior, totalizando 331.09 milhões de litros em setembro, aumento de 65,85%. De abril até 1º de outubro, o volume destinado à exportação totalizou 1.43 bilhão de litros, aumento de 32,30%.

“A demanda por etanol carburante já indica uma retomada. As vendas de álcool para fins sanitizantes e para o mercado externo superam os volumes registrados no último ano e têm compensado parcialmente as perdas ocorridas no mercado doméstico de combustíveis”, indicou Rodrigues.

No acumulado desde o início da safra 2020/2021 até 1º de outubro, as vendas de etanol pelas unidades produtoras do Centro-Sul somam 14.60 bilhões de litros, com queda de 15,24% na comparação com mesmo período de 2019. Do total, 1.43 bilhão foram destinados ao mercado externo (queda de 32,30%) e 13.17 bilhões de litros para o mercado doméstico.

UNICA

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