Cana: moagem acumulada no centro-sul na safra 2021/22 diminui 5,81% em relação a 2020/21, para 392.59 milhões de toneladas

A moagem de cana-de-açúcar pelas usinas do centro-sul do Brasil acumula uma queda de 5,81% na safra 2021/22, iniciada em abril até a segunda metade de agosto.

Nesse período, o volume de cana-de-açúcar processada pelas usinas foi de 392.59 milhões de toneladas, contra 416.82 milhões de toneladas mesmo período do último ciclo agrícola 2020/21, informou a União da Indústria da cana-de-açúcar (Unica), em levantamento quinzenal divulgado nesta sexta-feira.

No acumulado desde o início da safra 2021/2022 até 1º de setembro, a produção de açúcar foi de 24.28 milhões de toneladas, em comparação com as 25.99 milhões de toneladas produzidas no mesmo período do ciclo 2020/2021.

A produção acumulada de etanol, por sua vez, foi de 18.65 bilhões de litros, sendo 7.15 bilhões de litros de etanol anidro e 11.49 bilhões de litros de etanol hidratado. Do total produzido, 1.29 bilhão de litros do biocombustível foram do milho.

O indicador de concentração de açúcares assinala no período 140,26 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar, um aumento de 0,65% em relação ao valor observado no ciclo 2020/2021.

Etanol

No mercado interno, as vendas de etanol hidratado alcançaram 1.43 bilhão de litros em agosto, com queda de 11,70% em relação ao volume do mesmo período da última safra (1.62 bilhão de litros). A quantidade comercializada de etanol anidro, por sua vez, registrou um aumento de 11,40%, com 887.10 milhões de litros vendidos em 2021 contra 796.06 milhões de litros em 2020.

O diretor técnico da Unica, Antônio de Pádua Rodrigues, explicou em nota que “no mês de agosto, a queda no consumo para fins carburantes foi de 14,70%, reflexo da perda de competitividade do etanol hidratado frente a gasolina e do mercado se adequando às condições atuais de oferta e demanda dos produtos”.

No acumulado desde o início da safra 2021/2022 até 1º de setembro, o volume de etanol comercializado pelas empresas do centro-sul acumula um aumento de 3,10%, totalizando 12.22 bilhões de litros.

Desse total, 731.39 milhões de litros foram destinados à exportação (queda de 33,60%) e 11.49 bilhões para o mercado interno (aumento de 6,80%). Do total comercializado domesticamente, o etanol anidro representa 4.19 bilhões de litros (aumento de 26,10%) e o etanol hidratado corresponde a 7.30 bilhões de litros (queda de 1,80%).

Usinas

Além disso, as usinas produtoras processaram 43.13 milhões de toneladas na segunda metade de agosto. Houve aumento de 2,08% sobre o volume na mesma quinzena da safra 2020/2021 (42.25 milhões de toneladas).

O Estado de São Paulo registrou moagem de 25.16 milhões de toneladas (-0,75%) e nos demais estados da região centro-sul o volume processado foi de 17.97 milhões de toneladas (+ 6,31%).

Segundo a Unica, em relação ao número de usinas em operação, 257 empresas registraram produção até dia 1º de setembro, em comparação com 262 unidades industriais em igual data do último ano. Nesta quinzena, uma unidade produtora já encerrou a safra, destacou a entidade.

Dados apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) para o mês de agosto – considerando uma amostra comum de 120 unidades, registraram produtividade de 65,3 toneladas por hectare colhido no mês, em comparação a 79,7 toneladas observadas no mesmo período na safra 2020/2021, representando queda de 18,10%.

Área colhida

Estima-se que a área colhida até o fim de agosto atingiu 5.39 milhões de hectares, com aumento de 9,90% em relação a agosto de 2020. “A área colhida, até o momento, deve representar cerca de 71% do total disponível para colheita na safra 2021/2022″, informou a Unica.

O diretor técnico da entidade, Antônio de Pádua Rodrigues, indicou na nota que “a baixa produtividade e as geadas contribuíram para a aceleração da colheita, que está em fase bastante avançada em relação ao último ciclo agrícola.”

O executivo complementou indicando que, “como resultado, devemos observar uma safra mais curta, com uma parcela maior de empresas encerrando o processamento industrial antes do final de outubro.”

Segundo Rodrigues, a expectativa quanto ao tamanho da safra permanece em 530 milhões de toneladas de cana, com viés de baixa, resultado de uma pesquisa realizada com produtores da região centro-sul.

ATR

O volume da matéria-prima na segunda quinzena de agosto, mensurada a partir da concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana-de-açúcar, registrou 154,85 kg de ATR por tonelada, com retração de 0,71% em relação aos 155,95 observados no ciclo passado.

Destinação

Na segunda metade do mês passado, 46,43% da cana-de-açúcar foi destinada à produção de açúcar, contra 46,73% registrados na mesma data de 2020. A produção do adoçante aumentou 0,69% na última quinzena e totalizou 2.95 milhões de toneladas, contra 2.93 milhões de toneladas no mesmo período do ano anterior.

Rendimento

O volume produzido de etanol totalizou 2.23 bilhões de litros na segunda quinzena de agosto. O etanol anidro mantém trajetória ascendente, com aumento substancial de 42,34% na produção, totalizando 941 milhões de litros neste ano, contra 661 milhões de litros produzidos no mesmo período de 2020.

O rendimento industrial do produto na quinzena alcançou o patamar de 21 litros de combustível por tonelada, resultado bastante elevado para o atual estágio da safra. A produção de etanol hidratado registrou 1.29 bilhão de litros (- 15%). Do total produzido de biocombustível, 135.65 milhões de litros foram do milho.

 

 

Fonte: Broadcast Agro

Equipe SNA

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